terça-feira, 31 de agosto de 2010


"O segredo profundo do artista reside na capacidade de, com suas obras, pôr os homens na direção de um viver plenamente no mundo que o cerca".


..."a beleza só aparece a partir de uma educação do olhar que nos faz prestar mais atenção ao que nos cerca, aproximando- nos daquilo que aparece nas entrelinhas da realidade".


"Rodin nos dirá que quando não percebemos a Beleza a falha é de nossos olhos e não dela. Devemos transformar o nosso olhar para recuperar o encanto, o espanto e a maravilha de ver o belo onde menos o esperamos".
fonte: Rodin por Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Para pensar...

"Os moralistas diriam: temos que ter maior apreço para com o poço que nos mata a sede. Talvez tudo que tenhamos que constatar é esta nossa natureza que, uma vez saciada, não necessita do controle ou do poder de ficar de frente, garantindo o poço para as próximas sedes. Quem quer ter a segurança de ficar controlando o poço na maioria das vezes perde todas as sedes. Isto porque a relação da sede com ser saciada depende deste ato de dar as costas. É a nova sede que permitirá uma relação de gratidão com o poço. Permanecer grato obsessivamente é um ato do inseguro".

Exercícios d'alma :A cabala como sabedoria em movimento de Nilton Bonder

sábado, 28 de agosto de 2010

ADÉLIA PRADO,
a sabedoria mineira


"Quando quero ficar humilde eu visito os açougues".


"Mais que faço é almoçar e jantar muito bem e borrar de medo de tudo".


"Juventude de espírito eu não quero, acho muito ridículo a alma fazendo trejeitos".



"Porque o que abunda não vicia, eu sou exagerada por causa da injustiça social".

fonte: Solte os cachorros de Adélia Prado

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Não existe previsão humana ou filosofia de vida capaz de predeterminar o rumo da nossa vida", por isso, "a vida não é só ontem nem fica explicada quando se reduz o hoje ao ontem. A vida também é amanhã; só compreendemos o hoje se pudermos acrescentá-lo àquilo que foi ontem e ao começo daquilo que será o amanhã".
Carl G.Jung

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma leitura instigante.
É preciso pensar sériamente sobre esta questão:

"A transparência como ideal também invade a vida privada de pessoas (ditas) públicas, como artistas, políticos, "celebridades", de quem , por se darem a ver em público, é exigida transparência total como imperativo da sociedade escópica. O sujeito ávido de curiosidade do que está escondido é também o sujeito ávido por publicidade- tudo em nome do ideal da transparência que se torna imperativo. O mesmo sujeito que quer ser visto sob os holofotes (da fama e do prestígio) exige a transparência de seus próximos e assim "cada colega, como diz Bentham, torna-se um guarda".
fonte: Antonio Quinet em Um olhar a mais (ver e ser visto na psicanálise) , Jorge Zahar Editor

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"No Teatro- Fórum , o mecanismo funciona ao contrário. O personagem cede, e eu, espectador, sou chamado a corrigí-lo, mostrando à platéia uma melhor maneira de agir. Retifico sua ação. Fazendo isso na ficção da peça, invadindo a cena, estou me preparando para fazer o mesmo na realidade. Realizando essas ações na ficção do teatro, eu me preparo,treino, para realizá-lo também na minha vida real. No teatro, me familiarizo com os problemas que enfrentarei na realidade".
...Na ficcção ensaio a ação!



O Teatro-Fórum não produz catarse; produz um estimulante para o nosso desejo de mudar o mundo. Produz a dinamização!

...Igualmente maravilhoso seria um espetáculo onde no primeiro ato os artistas nos mostrassem sua visão de mundo, e no segundoa platéia pudesse inventar um mundo novo".
fonte: leitura muito interessante: Jogos para Atores e Não-Atores de Augusto Boal(Civilização Brasileira).

domingo, 22 de agosto de 2010

Clarice, sempre Clarice...




"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável.




Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui.Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas.Sei que sómente com duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assuta, era ela que fazia de mim um coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar".
A paixão segundo G.H.de Clarice Lispector




sábado, 21 de agosto de 2010


A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas."
(Freud)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010


“Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…”
Sebastião Salgado
Amanhã, sábado às 13:00h estarei participando do programa:
NO CAMPO DAS IDEIAS, na F.M. 105,3.
Os temas propostos para reflexão serão: Bullying nas escolas , a violência como um distúrbio da agressividade, e o conceito de Mudança de Época.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Texto, teto e tato.
Artigo - Batista de Lima.
Nada existe fora de um texto. Se é um escritor, dialogando com sua solidão, ele pratica travessuras com a linguagem. Brinca de esconde-esconde com os signos. Engorda algumas palavras e emagrece outras. Se é um crítico, vasculha as dobras da escritura, clareando reentrâncias verbais.
No princípio era o verbo, que só sobrevive nos jardins do texto. Tudo é, pois, contexto. A mais isolada ilha não bóia. Ela funda um continente que lhe sustenta. Assim como a ilha é vigia do continente, o texto é a festa de seres ausentes que mandaram seus verbos representantes. Cada palavra representa um ser que não pôde comparecer à festa dos signos. Como não podemos colocar o mundo original ao nosso alcance, transformamos esse mundo em palavras e o trazemos para o nosso abraço. Até a pessoa querida que não podemos reter ao nosso lado, nós lhe damos um nome e ela se instala nos nossos braços. "Não posso com meus ossos/ perdi meus braços/ no último dos nossos abraços". Falar assim é abraçar sem braço aquele ausente. Só em literatura isso é possível.
Quando colocamos as palavras para se darem as mãos elas dão vida a uma mensagem. Quanto mais se socializam mais vida adquirem. A relação entre as palavras é muito parecida com a relação entre as pessoas. Palavras e pessoas se imitam.


Quando pessoas se dão as mãos outras vidas se fundam.
A palavra escrita é como a pessoa registrada. Ambas possuem uma identidade, um memorial. Se a pessoa possui seu currículo, a palavra possui sua etimologia. A etimologia é o currículo da palavra. A palavra é o tato da coisa. Nosso contato com o ser começa com a palavra. É possível que nela já pulse o sol que se esconde em cada coisa. É possível que na palavra já se instale essa temperatura que se aninha no interior de cada coisa. É bem verdade que certas coisas se desnudam mais através das palavras que lhes representam. É essa afinidade palavra/coisa que a gente precisa cultivar. Fazer com que o ser nos chegue sem sair de onde está. É possível molhar-se apenas ao se pronunciar a palavra "chuva". Porque essa é uma palavra molhada que já traz o chiado da chuva.
Palavras como "manga", "mamão", "mamãe" e "mamar" são mensageiras da "mama". São palavras felizes. Cabe ao escritor promover a felicidade das palavras. Cabe também a qualquer pessoa essa função, até ao mais simples falante. É através da fala que podemos avaliar se o falante é um animador de palavras. A linguagem oral tem o privilégio de ser os braços do coração.
O falante expõe as emoções não só pelos sons vocais que emitem, mas pelos gestos, pela altura da voz, pelo crispar do cenho, pela presença ou não da ternura do olhar. Na linguagem escrita, esses fenômenos não aparecem.É preciso, no entanto, termos cuidado com a altura da voz. Quem grita, distancia-se do afeto. As pessoas, que mais se amam, mais baixo dialogam. Há casos em que tão grande é o amor, que as palavras se tornam dispensáveis. Gritar com alguém é pressupor que existe uma grande distância entre falante e ouvinte. Se o ouvinte está próximo e nós gritamos, estamos colocando-o distante o mais possível do nosso coração. Fala alto quem ama baixo, quem ama pouco.


A comunicação é um teto onde duas pessoas se tornam texto. E os componentes de um texto têm ligações muito profundas. O teto é uma construção que de tanto acasalar as pessoas recebeu o nome de casa. Assim como a casa antiga possuía o cogitarium, o venustério, o altar dos penates, os jardins, o sótão e o porão, o texto também pode nos oferecer esses compartimentos. A claridade do sótão com sua objetividade e o sombrio do porão com sua subjetividade nos indicam que o teto como o texto são infindáveis como poço de significações e como superfície para rastreamentos. A parte mais sombria de um texto é um ninho de metáforas.
Metáfora é bichinho tinhoso que se reproduz na sombra. Tanto os compartimentos sombrios da casa como do texto estão repletos de metáforas.
Quanto mais sombrio o teto, mais o tato se faz presente. Tateia-se no escuro e as surpresas se multiplicam. Imagina-se no sombrio. Geralmente guarda-se a memória, no porão. É lá onde guardamos tudo aquilo que nos foi útil um dia. Tudo o que marcou os principais momentos da vida está guardado no porão. Ir ao porão é ingressar no mundo da memória. Os objetos que ali estão, trazem impressa a história da família. O porão é uma sucessão de textos acumulados. Quanto mais antiga é a casa, mais histórias acumulam-se nas suas fundações. Ela guarda sugestões, sinestesias, emoções e lembranças.


O leitor de tato transforma o texto em teto. Ele rastreia e prospecta, nada e mergulha. Ele se agasalha no texto. Por isso que, se do texto o leitor se desprender, ele passa a transportar em si as marcas do seu contato. Portanto, o leitor não se livra mais do texto, assim como o morador não se livra do seu teto. As marcas ficam e são transportadas. Por isso que sempre retornamos para uma casa que sempre transportamos. Da mesma forma, sempre retornamos para um texto que sempre transportamos. Texto e teto, pois, se imbricam em um só ser.
Estamos sempre a conduzir aquilo que nos conduz. Feito um molusco, cada um conduz uma concha em construção. A concha só se constrói enquanto o molusco tem vida. Assim, o teto só tem vida enquanto a vida do habitante tateia suas dependências. Da mesma forma o texto só tem vida quando o leitor tateia seus compartimentos.

Caderno 3 - Diário do Nordeste Fortaleza/CE - 18 de dezembro de 2007.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Com Clarice


"Quem se indaga é incompleto".




"...porque o que amadurece plenamente pode apodrecer".


"E quando acaricio a cabeça do meu cão- sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique".




Livro: A Hora da Estrela - Clarice Lispector

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Na companhia de Clarice


"meu estado é de jardim com água correndo...




...estou cheia de acácias balançando amarelas.


...não gosto é quando pingam limão nas minhas profundezas e fazem com que eu me contorça toda.



Livro: Água Viva

sábado, 14 de agosto de 2010

"Dos poentes que eu vi, jamais me curarei"
Adélia Prado


“Bonito o crepúsculo, não? Veja as cores, como são lindas e efêmeras… Não se repetirão jamais. E não há formas de segura-las. Inútil tirar uma foto. A foto será sempre a memória de algo que deixou de ser… E esta tristeza que a beleza dá? Talvez porque você seja como o crepúsculo…. É preciso viver o instante. Não é possível colocar a vida numa caderneta de poupança…” Rubem Alves

Amei! Lindo, lindo, lindo...

O filme, A PARTIDA, Ganhador do Oscar 2009 como o melhor filme estrangeiro.

direção: Yojiro Takita

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Família: Um sonho de Deus

Nosso velhinho especial...
Nosso coral...

Nossos noivinhos
Nossos seminaristas...

Nossas crianças ...

Nossos protagonistas


Nossos mágicos...
Nossas catequistas...

Nossos colaboradores....
alguns de muitos.


Nosso admirável público...




Esta mocinha de blusa branca sentada perto de seu marido(camisa amarela) também uma grande colaboradora.

Fotos: Flávio Sobreiro

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


...Meu amigo ,
há uma beleza insondável no verbo "entender".

Há uma riqueza fascinante sugerida no conceito. Entender é entrar na tenda. É penetrar o significado. Eu o entendo é à medida que entro na tenda com você. Eu o compreendo melhor quando faço o exercício de entrar no seu mundo. Entro para ver a coerência de suas verdades. Entro para desvelar os motivos que geram o seu jeito de ser e de agir. ".

Fonte: Sobre medos contemporâneos:Cartas entre amigos
Fábio de Melo /Gabriel Chalita

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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