quinta-feira, 3 de março de 2011


CARNAVAL DA SAUDADE
Confete
Confete
Pedacinho colorido de saudade
Ai, ai, ai,ai
Ao te ver na fantasia que usei
Confete
Confesso que chorei
chorei porque lembrei do
Carnaval que passou
daquela colombina que comigo brincou
Ai, ai confete
Confesso o amor que se acabou
Composição: David Nasser e Jota Júnior


Tenho uma forma de pensar e sentir que deve ser compartilhada por outras pessoas também.
Sei que mudanças são necessárias; que só o que é vivo transforma-se, e gosto de muitas mudanças com as quais hoje tenho a oportunidade de viver. Por exemplo, assimilei de tal forma o computador na minha vida que a caneta tem perdido a sua utilidade, gradativamente.
Mas há algumas mudanças a que resisto bravamente, e entristece-me profundamente não conseguir sentir o que sentia quando vivia tais acontecimentos.
É assim com o Natal. Para mim, ele tem que ter as cores tradicionais: vermelho e verde, bastante branco simbolizando neve e árvores com bolas vermelhas. Tem que ter presépio, Papai Noel, renas, etc,etc.
Não importa se não traduz a nossa realidade; quem disse que quero realidade sempre?
Estas mudanças sinto-as como se roubassem, sorrateiramente, a cada ano que passa, um pouquinho da minha história e da minha identidade.
Assim também é com o Carnaval. Toda vez que se aproximam os dias de folia, sinto um misto de alegria e tristeza. Planejo que vou ficar acordada para ver as escolas de samba na televisão, mas quando chega a hora, tudo é tão chato, que acabo dormindo infeliz.
Sei por relatos de amigos que estiveram nos carnavais de São Paulo, Rio de Janeiro ou Salvador que é uma emoção muito grande, mas admito que neste quesito sou muito saudosista. O que desejo mesmo é aquele carnaval de antigamente. Quero batalha de confete, serpentina e marchinhas carnavalescas.
O meu carnaval tem que ter Rei Momo gorducho, lembrando-nos a colheita e a fartura, o Pierrô, Colombina e Arlequim simbolizando o amor e o confete e serpentina sinais de festa e alegria .
O carnaval de que sinto saudades tem o cheiro do lança-perfume, cujo aroma delicioso bailava nos salões e não era usado como droga, e tem blocos de foliões que rodam pelos salões com suas fantasias executadas com paixão.
Fantasias que eram totalmente capazes de fazer-nos viajar por identidades sonhadas e de exteriorizarem nossas alegrias e desejos.
Brincávamos, suávamos, cantávamos alucinados as cinco noites carnavalescas, namorávamos, paquerávamos e chorávamos muito na última batida anunciando o fim do carnaval .
Que inocência, que paixão, que catarse!
Lembranças impregnadas de sensações maravilhosas que ainda hoje me alimentam, mas eu adoraria viver, atualmente, esses carnavais outra vez.
Eliete Cascaldi Sobreiro

Apontadora de Idéias

Minha foto
São Paulo, Brazil
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

Arquivo do blog