terça-feira, 26 de maio de 2015



Moderno peregrino


Eu quase nada sei. Mas desconfio de muita coisa.
Guimarães Rosa


Se compreendêssemos profundamente nossa condição de peregrinos neste mundo, saberíamos vivenciar intensamente cada minuto desta estrada, cada direção escolhida, cada inclinação assumida, cada oferta recebida.

Se compreendêssemos profundamente nossa condição de peregrinos neste mundo, estenderíamos nossas mãos, esgarçaríamos nossas dúvidas, saberíamos dimensionar nosso tamanho, e aproximar-nos-íamos  de todos os  que também peregrinam .

Se compreendêssemos profundamente nossa condição de peregrinos neste mundo, exploraríamos melhor os imensos tesouros de nossas almas, debruçar-nos-íamos atentamente nos ditames do coração e não temeríamos nossas sombras.

Se compreendêssemos profundamente que o importante não é a distância percorrida nem a bagagem  adquirida , acumularíamos a sabedoria do caminho, desataríamos os nós do egoísmo, respiraríamos profundamente os momentos de repouso, abrigar-nos-íamos no silêncio de nosso interior ...

Se compreendêssemos profundamente que a vida é, em essência, movimento e transformação, despojar-nos-íamos das cargas do medo, dos mecanismos de proteção e ficaríamos de mãos estendidas  para as alquimias necessárias.

Se compreendêssemos que o dínamo  que nos dá vitalidade é o amor, espalharíamos e multiplicaríamos suas sementes, e deixaríamos nossas  marcas pelo caminho.
Se compreendêssemos que a esperança é a força que nos faz erguer os olhos para o alto e que fortalece novos passos, faríamos desta travessia uma epifânia .
Viver mais profundamente  é uma questão de decisão que só vem com a compreensão profunda do verdadeiro sentido da vida .  A vida é muito mais do que se vê , é muito mais do que se suspeita, é uma bênção que dorme esperando a salvação .

texto: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
imagem: internet:pecksing_popud





Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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