quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Lembranças  de um espanador


Ao ler, Regina Machado, encontrei esta pergunta: “Você acha que seria capaz de conversar com um espanador”?
Imediatamente respondi que sim, pois, afinal, conheci e convivi  com ele  quase em toda a minha infância.
Ele era um assíduo frequentador de minha casa, ou melhor, residia no quarto de despejo e todos os dias vasculhava tudo o que tínhamos.
Lembro-me de agarrar nas pernas de minha mãe e implorar para que ela me deixasse espanar nossos móveis.
Naquela época, o espanador era muito solicitado, como é hoje o Bombril.
Somente não tomou o lugar da vassoura e do rodinho por achar – quem sabe -  que a limpeza do chão algo de menor valor.
Aparentava ser altivo e vaidoso com aquelas cerdas de fio de naylon e, confesso, que sentia uma “invejinha”, porque sonhava em ter cabelos cabelos  lisos como suas cerdas.
Nas mãos das funcionárias, virava um furacão! Espanava tudo, levantando rapidamente toda poeira que desejasse permanecer escondida. No fim de semana, davam-lhe um banho e o colocavam para secar ao sol, e quando começava a ficar careca  era trocado por um novo.
Sempre achei isso uma maldade dos adultos!
Agora, confiante, faço uma confissão: sentia um intenso medo de ser trocada por outra filha, caso ficasse careca. Desta forma, chorava baixinho, quando minha mãe queria me pentear.
Para agradá-la  e evitar essa possível catástrofe, elaborava um plano que me parecia infalível: iria cortar o rabo do peru que vivia no quintal da casa de minha avó, o qual seria saboreado com farofa  na “Ceia de Natal” e...
Todavia como o tempo não para, fui crescendo, o mundo transformando-se e o infeliz espanador foi perdendo sua majestade!
 Um belo dia, meu pai chegou do trabalho com uma caixa enorme  dizendo que era um presente para minha mãe.Todo orgulhoso abriu o pacote e a mamãe  deslumbrada apaixonou-se por um potente aspirador de pó.
O velho espanador foi, definitivamente, aposentado transformando-se em brinquedo.  Às vezes, era um cavalo alazão, outras um belo príncipe encantado e, assim, tínhamos longas conversas...
 Mas sobre o quê conversávamos? Ah! Não me lembro  mais!

texto: Eliete  Cascaldi
imagem: internet


sexta-feira, 1 de julho de 2016


Minha receita de felicidade


Sou uma psicóloga mineira que vive no interior de São Paulo há vários anos, mas faço questão de cultivar minhas raízes! Na minha família, o ritual da alimentação sempre foi muito presente. Gostamos de nos reunir em volta da mesa no café da manhã, no almoço, no café da tarde e no jantar. Lembro-me, na infância, do meu pai saindo escritório para tomar café da tarde na casa da minha avó. Sempre havia um bolo saindo do forno, pão de queijo, ou pão de padaria crocante! Parece exagero, mas esses hábitos agregam a família. Na mesa, entre delícias, há muita conversa, reflexões, risadas, histórias, lembranças, decisões e até discussões. Todos os acontecimentos importantes da minha família foram discutidos em volta da mesa da cozinha! Quando contei à minha mãe que eu estava grávida, ela estava toda enfarinhada, abrindo uma massa com um rolo e continuou preparando a torta com lágrimas nos olhos. É assim nos batizados, nos aniversários, nos casamentos, nas formaturas, nos funerais da nossa família... Cada momento com seu tom, sua singularidade!

Adoro reproduzir receitas de família. Isso traz lembranças afetivas da minha infância e adolescência. Ao provar aquele bolo de fubá com erva doce da minha avó, ou o bolinho de chuva da minha mãe, eu sinto uma sensação de conforto, um acalento na alma. Como Proust, no seu livro “Em busca do tempo perdido” ao molhar suas madeleines numa xícara de chá:

 Um dia inverno, ao voltar para casa, vendo minha mãe que eu tinha frio, ofereceu-me chá, coisa que era contra os meus hábitos. A princípio recusei, mas, não sei por que, terminei aceitando. Ela mandou buscar um desses bolinhos pequenos e cheios chamados madaleines (…) No mesmo instante em que aquele gole, envolto com as migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem noção da sua causa. Esse prazer logo me tornara indiferente as vicissitudes da vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade, tal como o faz o amor, enchendo-me de uma preciosa essência: ou antes, essa essência não estava em mim; era eu mesmo.”

Seguindo essa tradição, minha receita de felicidade é desfrutar do tempo lento para preparar minhas refeições. Funciona mais ou menos assim:

Tenha uma boa noite de sono e acorde ao lado de uma boa companhia (pode ser a sua própria companhia)

Ouça uma música que te alegra o coração, enquanto toma o seu café da manhã sem pressa.

Tenha tempo.

Vá à feira num domingo de sol.

Vista-se da maneira mais confortável possível e sinta-se linda, independente dos que as outras pessoas possam achar, isso não é importante para você!

Perca tempo na feira. Passeie. Contemple o belo. Encontre pessoas. Converse.

Alongue seu corpo. Respire. Caminhe.

Coma pastel com caldo de cana, sem se preocupar com as calorias.

Veja o que a feira pode te oferecer e pense na refeição que quer preparar. Converse com os feirantes, troque receitas, experimente, saboreie!

Em casa, coloque o som dos Beatles pra tocar e prepare sua refeição sem pressa, utilizando muitas ervas e temperos frescos, de preferência, cultivados por você.

Sinta os aromas, os sabores e as texturas dos alimentos. Ouça o som da água borbulhando, o calor do vapor que sobe da panela, as cores atraentes dos legumes.

Use uma panela antiga, de pedra, herdada da sua avó.

Prepare uma mesa linda, pois a apresentação também faz parte da refeição. Não é preciso luxo, a simplicidade carrega a beleza da singeleza. O que vale é o cuidado, o amor!

Compartilhe essa refeição com as pessoas que você ama.

Este ritual culinário, que mais parece bruxaria, é minha receita de felicidade!
Patrícia Machado Domingues

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Qual é o seu destino águas falantes?


Vão insinuando-se nas montanhas; sabem  os seus caminhos e não tem pressa.
Águas de sonhar, águas de contemplar, águas para mergulhar, leva-me com vocês e me ensina o intricado percurso da minha geografia.


quarta-feira, 11 de maio de 2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016



Instante de amor

 

(Ao meu neto,  João Vicente)

 

Mas os gestos úteis não devem ocultar os gestos agradáveis.

Gaston Bachelard

 

Como traduzir um instante de amor?

Como explicar um gesto que abraça e integra todo o seu ser, que é capaz de unir o Céu e a Terra, o corpo e a alma, em questão de segundos?

E para que interpretar, explicar ou traduzir a comunhão de um instante?

Por que não sentir, somente?

Não é suficiente o sentimento capturado e vivido com a máxima intensidade?

Respondo que Não! Concordo com Hannah Arendt, filósofa alemã, quando afirma: “Humanizamos o que ocorre no mundo e em nós mesmos apenas ao falar disso, e no curso da fala aprendemos a ser humanos”.

Narrar esse instante de amor é prolongá-lo, é voltar a sentir, é eternizá-lo...

A memória deste gesto – sua mãozinha procurando pela minha- reafirma a certeza de que um amor maior está sendo construído. O calor e a carícia resultante do encontro de nossas mãos,  criaram uma intimidade profunda e fecunda que atravessou todos os poros, uniu gerações e confirmou o sentido da minha vida.

Mãos que se transformaram em ninhos de alegria, de confiança e de esperança.

É o impalpável sentimento brotando do palpável roçar das palmas de nossas mãos que velará meus sonhos e despertará as raízes de minha vida.

 

quinta-feira, 14 de abril de 2016




“Te quero verde...”

 

Na esperança, a alma ultrapassa a realidade.

Hanna Arendt

 

Sabe o anzol? O peixe vai direto e abocanha-o; essa é a sua má sorte!

Assim, podemos pensar em palavras como anzol, que nos fisga, às vezes, negativa e, às vezes, positivamente.

Entretanto, vou falar de palavras que “fisgam” nossas vísceras que de tão profundas e deliciosas, se tornam alimentos para os nossos pensamentos.

Frequentemente, fico cativa de frases, expressões ou palavras que considero belíssimas, como, por exemplo: açucena, jasmim, fascinação, azul...

Ou como agora! Acabo de ser fisgada por uma expressão de Hanna Arendt, filósofa alemã.

“Quando a esperança era verde”!

A esperança é aquele guindaste de metal que nos puxa para cima e nos joga para um futuro auspicioso. Quando a perdemos, a vida torna-se uma agonia-sentimento terrível que tem origem na consciência da não temporalidade, ou melhor, a pessoa é atravessada por um sofrimento tão grande que parece não ter fim. È a captura da pessoa pelo desespero.

A esperança é a luz no fim do túnel; é a certeza de que uma situação desfavorável acabará e que tudo dará certo: é a crença num futuro diferente.

Como o arco-íris a esperança pode apresentar-se com várias nuances e cores: mais forte, não tão forte, bem fraquinha...

Mas, a esperança verde... refere-se àquela certeza de que o mal findará, de que a tempestade está diminuindo e que o sol com seus raios de luz trará  um novo amanhecer.

Essa convicção nos dará força, foco e energia para ir em frente e, os arredores adquirem uma tessitura diferente- ficam mais viçosos.

Em assim sendo, por que não desejar, ardentemente, um amor vermelho na soleira de nossas portas, um azul anil entrando pelas janelas anunciando dias melhores e brotos e mais brotos de esperanças verdes sendo plantadas por braços humanos?

Neste fim de ano , que venham cestas de esperanças verdes adubando nossos corações e que, desse terreno fértil, a fé, que anda tão fraquinha no mundo, possa florescer em abundância.

Artigo publicado no jornal O COMBATE em dezembro de 2015
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
imagem : da internet

 

 

segunda-feira, 4 de abril de 2016




Viagem
 
Vim me esticar, relaxar e fugir da indecisão entre ter de ser e ter de fazer.
Vim circular, respirar, soltar as asas, escutar o silêncio e viver intensamente cada segundo.
Vim contemplar a noite a qual seduz a luz do dia, a relva ser acariciada pelo vento e os pássaros saírem em revoada.
Entro em pausa...
Respiro o lento correr do tempo, escancaro minhas portas e janelas para tragar o cheiro do jasmim, ouço o trepidar do fogo na lareira e o assovio do vento; tudo embala meu coração!
Vida sentida, refletida e renovada vai brotando, lentamente, tal como uma flor que se abre ao nascer do sol.
Há dias em que estou aqui seguindo o movimento da natureza, aprendendo a delicadeza e a força da vida que se manifesta em cada árvore, em cada bichinho que tem como única preocupação o ser.
Há dias em que converso com Deus, com o meu companheiro de vida, com o sol, com as estrelas e escuto a poesia concreta das montanhas...
Agora a chuva bate no telhado e eu a recebo alegremente. Exponho-me totalmente; quero que ela me lave e purifique. Sinto que dissipei minhas nuvens negras e densas; a saudade me diz que é hora de voltar.
Outra estação está chegando, o tempo de aflição e cansaço se foram.
Vim, agora voo, sou ave migratória...

Jornal O Combate/ 25/03/2016

sábado, 19 de março de 2016


Lembranças são como vaga-lumes que acendem e apagam dentro de nós. Basta um perfume, uma música, um sonho, para que lembranças  adormecidas acendam, transportando-nos aos momentos vividos.
Outras, se apagam para sempre, levando um pouco de nossa vida.

Eliete T. Cascaldi Sobreiro

quinta-feira, 17 de março de 2016



No outono da vida quero florir como um ipê, ser leve como o vento e deixar cair os excessos que um dia carreguei.

Eliete T. Cascaldi Sobreiro

imagem: internet

terça-feira, 1 de março de 2016







A quem confiar a nossa tristeza?


Ninguém tem ombro para suportar sozinho o peso de existir”, escreveu Mia Couto, escritor moçambicano. Mas não é isso que estamos vivendo e propagando por aí.

 O alerta “Sorria, você está sendo filmado” ou como escutei recentemente: “Sorria, que o outro não aguenta o seu sofrimento” é uma indicação do quanto temos que esconder nossas dores para que possamos ser aceitos e reconhecidos como alguém de sucesso.

 A expressão de um sentimento de tristeza, geralmente, não encontra ouvidos  e ombros que a suporte por alguns momentos. Estamos cada vez mais sozinhos nas esquinas da vida.

Querem nos fazer acreditar em que, ao falar de nossos sofrimentos, seremos pessoas chatas, pesadas, e que acabaremos sozinhos, pois ninguém quer saber de lamúrias e reclamações.
A revista Super Interessante trouxe esse tema no artigo “A busca da felicidade” por Barbara Axt, em 2005: “Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação – as pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas completas. A doença do momento é a depressão”. 
 “A depressão é o mal de uma sociedade que decidiu ser feliz a todo preço”, afirma o escritor francês Pascal Bruckner, autor do livro A Euforia Perpétua.
São muitas as pessoas que se sentem inferiorizadas e solitárias por não conseguir esconder a sua dor. Não quero, com isso, dizer que é bom passar a vida fazendo-se de “coitado”, ou mesmo, acreditando que o nosso problema é o maior do mundo. Mas também viver sem poder expressar a tristeza para pessoas próximas é extremamente decepcionante.
Não seria essa a verdadeira solidão? Donald. W. Winnicott, psicanalista inglês, ao orientar as mães sobre seus bebês, esclarecia-as que ajudar seus filhos, em alguns momentos, é, simplesmente, segurar a mamadeira; querendo dizer que não é preciso atos heroicos ou uma grande sabedoria no momento de ajudar alguém.
 Basta estar perto, segurar a mão, dar um abraço, escutar sem querer dar conselhos. Esquecer-se de si mesmo e se colocar em sintonia com o sentimento do outro é o mais importante. E aquele que sofre também precisa acreditar que não irá incomodar seu amigo ou familiar caso precise “desabar” por alguns momentos.
 Recentemente, um jovem relatou-me, com alívio, algo que considero triste e muito preocupante. Só após iniciar um tratamento medicamentoso para debelar uma fobia social, é que as pessoas passaram a acreditar e serem mais compreensivas  com  sua dificuldade .  Quando é que passaremos a acreditar que as dores emocionais existem e nem sempre precisam ser medicamentadas para terem créditos?  A cura vem da capacidade de conseguir expressá-las para que possam ser compreendidas e ressignificadas.

Eliete T. Cascaldi Sobreiro 
 


domingo, 21 de fevereiro de 2016




Meu chão, meu pão ...

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Sérgio Bittencourt
 
 
Meu chão não é de mármore, nem de granito,  nem de seixos do mar:  Meu chão está perto de uma poltrona de couro surrado na sala daquela casa que já dá sinais de exaustão. Seus cômodos, móveis, janelas e jardins  contam muito de quem eu sou e a história de minha família. Remontam memórias que estão vivas por terem ali o seu berço.
Meu chão não é a poltrona e, sim, aquela mulher que se  senta diariamente nela: Minha mãe, meu chão, meu pão...
Sentada em sua poltrona assegura-me de que sou capaz de ser timoneira do meu barquinho no mar da vida. Não necessito de que ela resolva minhas dificuldades e os meus problemas. Não!
Basta sua presença  ali, naquela cadeira, para ter a certeza de que eu posso ir, de que terei forças para enfrentar o que for preciso.
 O medo, quando surge, é dela se cansar e querer partir. Nesse momento, uma tristeza ronda meu ser; busco seus olhos e a magia se dá. Nossos olhos conversam, acariciam-se, abraçam-se, sem precisar da boca e de suas palavras. Muitos sentimentos brotam: somos filha e mãe, mãe e filha. Somos uma só pessoa e isso nunca irá morrer. Tomo suas mãos, fecho meus olhos, escancaro minhas entranhas e a coloco  dentro de mim.
Seus dedos apertam os meus, abro os olhos e ganho a  imagem das mãos de minha filha sobre a minha e, um toque suave e quente , de imediato ,  toma inteiramente meu corpo, ao me lembrar das mãozinhas do meu neto sobre as mãos da sua mãe e sobre as minhas.
Tenho a confirmação, nesse momento, do mistério da vida e de que estamos todos construindo nosso chão.  O  andar não é errante e nossos passos não são sem controle.
 
texto:Eliete T. Cascaldi Sobreiro, escrito para o jornal O Combate na data 19 de janeiro de 2016

 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O mar acalmou

 (uma reflexão sobre o filme "Interiores" de Woody Allen)



Ah! Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.
Fernando Pessoa


O mar, quando revolto, assusta-nos pela força com que bate nos rochedos. Ele não se acaba mansamente em contato com a areia da praia e, sim, revolve- a profundamente deixando rastros nítidos de sua fúria.

 Assim é o Mar como metáfora da angústia, no filme “Interiores” de Woody Allen.
Raiva, dor, culpa e ressentimentos, residem no interior de uma família marcada pela gradativa perturbação mental da progenitora.

Freud sugeriu que “A infelicidade é muito menos difícil de experimentar” e, na presença de um sofrimento mental, tudo fica pior, não apenas para a pessoa que sofre a perturbação psíquica, mas o ambiente familiar ,também, vive de forma muitas vezes dramática, o desequilíbrio.

Há muitas leituras, em diferentes recortes, dessa obra cinematográfica, no entanto, quero pontuar o impacto do adoecimento psíquico nos elementos da família. Sabemos que os distúrbios mentais despertam muitas dúvidas, sofrimentos e, infelizmente, são pouco estudados pela ciência. A presença dessas doenças no seio familiar é muito difícil , sua compreensão e manejo, mais ainda. São obstáculos demais dificultando o fluxo de energia e da alegria. É um ambiente propício para sentimentos ambivalentes de amor e ódio, culpa e desprezo, silêncio e gritos, aproximação e distanciamento.

Cada elemento da família é atingido e responde de forma diferente ao familiar doente, e toda dinâmica da família sofre transformações: lugares são destituídos, funções são assumidas mais por um elemento da família do que por outros e, as emoções são como o mar quando revolto... explodem a qualquer momento.

“Interiores” é magnífico, pois coloca suas lentes nas dificuldades daqueles que convivem com o doente mental: reflexão nem sempre abordada, de tão complexa e delicada que é. Mas não podemos ignorar a extensão dos sofrimentos nos elementos da família. Donald W.Winnicott, enfatiza a influência das figuras paternas no desenvolvimento emocional das pessoas e faz a seguinte observação: “Quando o lar de uma criança se desfaz e ela perde, subitamente, os símbolos em que se habituara a confiar, ela se encontra lançada no mar sem bússola e em risco de naufrágio”.

Foto de Livro Varal de Sonhos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016




Um livro maravilhoso!


"Um livro de memórias perfeito: bonito, simples, emocionante e repleto de poderosos insights.
Escrito para ser saboreado e dividido com os amigos".
Revista Time

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016



REBENTOS...






Tenho guardado os mais lindos sonhos embaixo do travesseiro.
Loucuras e amores acalentados silenciosamente e, com tal zelo, vão vivendo sorrateiramente na fronha que guarda o travesseiro.
Espero que o calor do meu abraço e o aconchego de minha face os fermente e, num amanhecer mágico, ofereçam-me, por fim, seus frutos.
Sairei voando e terei o prazer de me consumir nos sonhos que foram acordados. Tudo serão flores , arco -íris.

Eliete T. Cascaldi Sobreiro
paleta de Chagal
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domingo, 31 de janeiro de 2016


Insensatez



 

Muitas vezes insensato,
Muitas vezes imprudente,
Muitas vezes infeliz.
 
Poucas vezes acreditando,
Poucas vezes sonhando,
Poucas vezes compartilhando.
 
Vezes! mil vezes aos tropeços,
mil vezes ao avesso,
mil vezes, arrematando,
cerzindo e não amando.

autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
do livro: Varal de sonhos
imagem da internet: Paul Cezanne

 

Apontadora de Idéias

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São Paulo, Brazil
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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