domingo, 17 de maio de 2009


MAIS CONFIANÇA!
baseado nas idéias de Hilan Bensusan
Audre Lorde disse que os instrumentos do mestre não podem ser usados para desmantelar a casa do mestre.
Quais são os instrumentos do mestre?
Eis aqui o instrumento do mestre: Confiança
A confiança é subversiva em nossas sociedades desconfiadas.Agir com desconfiança é visto como cuidar da própria pele. A desconfiança estreita nosso campo de ação; constrói uma mentalidade defensiva. As cercas, são as cercas até onde chega alguma confiança.A desconfiança é uma atitude de cercamento, uma atitude de estabelecer fronteiras-quando desconfiamos das pessoas não podemos compartilhar propósitos; nos melhores casos toleramos propósitos distintos.
Como nos lembra o filósofo Mario Sergio Cortella, "tolerar" é suportar enquanto "acolher" significa receber o outro na qualidade que lhe é inerente e entrar em contato com ele.
A desconfiança é o avesso do acolhimento:é apostar que as outras pessoas são ameaças. A desconfiança produz uma mentalidade de rabo-preso:não posso desguarnecer minha propriedade; o que é meu, apenas eu posso defender- e é preciso que alguém defenda.
Os limites da confiança traçam o limite do que eu reconheço como parte de um âmbito em que eu faço parte. Os limites da minha confiança são, em algum sentido, os limites do âmbito em que eu me movo-do meu mundo.

Confiar é conhecer;eu confio no que eu conheço-na medida em que eu conheço-mas conhecer é, também ser capaz de confiar.
Naquilo que eu conheço eu me fio,naquilo que eu não conheço eu apenas me projeto.
A confiança também é nossa expectativa com respeito ao que ignoramos.
A cultura da desconfinça se nutre da cultura do medo.Pontes não podem ser erguidas se tememos que só há areia movediça na ilha que queremos alcançar.

Os mecanismos de poder germinam em um ambiente em que a confiança é escassa.
fonte:www.urb.br/ih/fil/hilano/papers/confian.pdf

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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