terça-feira, 12 de maio de 2009


A AFETIVIDADE E A SEXUALIDADE NA VIDA DO CASAL
O casamento tem servido à cultura e à sociedade como uma instituição ou como um rito de passagem.
Cada pessoa busca nele um significado diferente: proteção, segurança, realização amorosa,intimidade , sentimento de pertencer, de fugir da solidão,etc.
Muitos sentimentos estão presentes nessa relação: atração, sexualidade, ternura, comprometimento, amizade, admiração, comunicação e todos eles vão ajudar a construir essa relação , ou podem levar a um progressivo afastamento, à sensação de solidão, à agressividade, sentimentos de frustração e quando se tornam insuportáveis à separação do casal.
O casamento é um espaço para experiências de intimidade, respeito, responsabilidade e nutrição assim como deve haver a possibilidade da
expansão da individualidade de cada um e ao mesmo tempo o cultivo de um nós terno e forte.
Algumas correntes de pensamento acreditam que na maioria das vezes não é o tipo de relacionamento a causa de problemas, mas sim a natureza e a inteligência para lidar com as emoções que cada membro do casal tem que mais influencia na harmonia e na possibilidade de uma relação afetiva ser satisfatória.
Se o casamento é por um lado a concretização dos sonhos e dos desejos românticos, é também um período de luto, no qual abandonamos muitos sonhos como o da felicidade total.
O casamento tem final realista de certa forma, representa a morte, pois é preciso renunciar, abandonar a preocupação individual e incluir o outro na sua vida.
A sexualidade também é parte importante da relação conjugal e para que ela exista e se mantenha dois fatores são extremamente importantes:
O comprometimento e a ternura, e para que esses ingredientes possam surgir é necessário a tolerância á ambivalência(amor/ódio).

As diferenças entre os cônjuges:
A comunicação é um dos pontos de grande importância no relacionamento, pois muitas vezes aquilo que precisa ser expresso para possibilitar o crescimento e o desenvolvimento do casal , dependendo do modo como é feito, pode colocar em risco a relação.
A partilha de sentimentos profundos é extremamente importante e é uma experiência difícil e geralmente rara, devido às características de ambos os sexos, tanto na forma quanto na necessidade de se comunicar.
Por exêmplo quando os homens sentem que algo os está incomodando, procuram o afastamento para pensar silenciosamente, diferentemente das mulheres que desejam conversar.
Essas diferenças e muitas outras entre os sexos podem ser pedras que dificultam as relações.
As mulheres conseguem ter mais intimidade em suas relações e sua tendência é manter o foco na interação/vínculo, enquanto os homens voltam-se para a tarefa.
Além da dificuldade de comunicação que no meu ponto de vista atualmente ainda é a mais difícil- há outras dificuldades na relação conjugal que impedem o desenvolvimento de uma maturidade afetiva e de uma sexualidade prazerosa.
Cada um vem para o casamento com expectativas a respeito do agir do outro, sempre baseadas no próprio modo de agir, ou no modo de agir da família de origem.
Estas expectativas levam a constantes conflitos e desentendimentos, decepções, desgastando a relação.
Apesar das muitas diferenças , ambos tem a mesma necessidade de amor e a mesma busca de suprimir anseios e carências, o que os movimenta um em busca do outro.
Solidão a dois:
Quando uma pessoa se liga afetivamente a outro, a tendência natural é se mostrar mais nas fraquezas, sempre buscando maior intimidade, entrega e pertença.
O resultado disto, caso o parceiro não corresponda a estas expectativas é a sensação de solidão apesar de estar acompanhado.
Os autores apontam a falta de comunicação, ou as dificuldades a ela relacionadas, como um grande problema na relação conjugal e vê na recusa em conversar um ato de hostilidade implícita.
A comunicação em relação à sexualidade também, pois uma ofensa pode não ser física ou oral, mas um toque de forma fria, desatenta, egoísta acerca das necessidades sexuais do parceiro pode resultar em sentimento de abuso e/ou de solidão.Quando se está afetivamente envolvido com o outro, o que se quer é ser desajado pelo parceiro.
Outros fatores são responsáveis pela solidão à dois: constantes críticas, acusações, intransigência em relação ás mudanças que se fazem necessárias para que a relação melhore, negligência, esperar que o outro mude primeiro etc.
Frustração: é o elemento que desencadeia a agressividade ou a hostilidade entre pessoas que se amam.É importante lembrar que dificilmente um relacionamento é fonte constante de satisfação, pois é impossível um satisfazer ao outro em tudo(desejos/necessidades).
A vida afetiva do casal é portanto um constante aprendizado em busca de um amor cooperativo, baseado na comunicação, respeito e numa convivência enriquecedora de troca e de capacidade de suportar a ambivalência amor/ódio.
Outros fatores que afastam afetivamente o casal e consequentemente sexualmente são:
Poucos objetivos em comum
O não dito ou o dito que tem como resultado o rancor
O egoísmo do parceiro em não colaborar com os projetos pessoais do outro.
Para que o relacionamento seja construtivo è preciso que os sentimentos positivos prevaleçam em relação aos sentimentos negativos.
O compartilhar e o interesse sincero na realização do outro são itens importantes para um casamento harmonioso.
É importante também não negar que problemas existem na relação conjugal e que isso não é sinal “ de que não dá mais” e sim sinal de que é preciso olhar e falar sobre as dificuldades.
Viver a relação conjugal pode e deve ser uma escola para os parceiros e para seus filhos onde se aprende a tolerância, o amor e o respeito à diversidade .






Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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