segunda-feira, 18 de março de 2013



Igreja de Santa Sabina , em Roma
imagem do site:www.ecclesia.com.br/...
Veja a nave retangular, flanqueada aos lados por duas filas de colunas e fechada ao fundo por uma abside que acolhe o altar-mor. Se você conhecer a linguagem arquitetônica, refletirá profundamente sobre tudo isso e captará o "âmbito espiritual" que os primeiros cristãos quiseram instaurar.É um âmbito de união de um grupo de peregrinos que caminha para a pátria verdadeira.
...Quando lhes foi permitido edificar templos, os cristãos de Roma olharam ao seu redor a fim de se inspirar. O templo romano por excelência- o Panteão- possui uma planta circular e uma cúpula esférica. O círculo e a esfera são figuras "perfeitas" para os antigos, mas convidam ao estatismo, porque a partir do centro domina-se perfeitamente todo o espaço. Nada convida a percorrê-lo.Essa atitude estática corresponde muito bem à concepção romana de vida, mas se opõe ao espírito de peregrinos que caracteriza os cristãos, para quem essa  vida não é senão um prelúdio da vida verdadeira. Os primeiros cristãos rejeitaram o modelo do Panteão e tomaram a dos salões nobres denominados "basílicas". Sua forma retangular, com duas absides nos lados mais curtos e duas filas de colunas de mármore ao redor, suscitava também uma atitude estática. Para passar dessa atitude a uma que fosse dinâmica, os cristãos suprimiram uma das absides e abriram nela a porta de entrada. Eliminaram as séries de colunas correspondentes aos lados curtos e fecharam as laterais. O altar, eles o situaram diante da abside restante. E dessa forma conseguiram criar uma linha diretriz horizontal que dirige o olhar do cristão para o altar, que é o ponto de confluência comum.
Alfonso López Quintás- Inteligência criativa/descoberta pessoal de valores

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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