terça-feira, 20 de março de 2018


Voltando a esse querido lugar...


Um conto de amor

...dizia que os amores lhe tinham falhado, mas que os amores não destruíram o futuro.
Valter Hugo Mãe

Num país muito distante, no tempo e no espaço, vivia um casal jovem que se amava muito e que estavam namorando.
Sua residência era uma pequena e tranquila cidade, com árvores frondosas, protegida por altas montanhas.
Quando a jovem tinha permissão para encontrar com seu namorado (naquele tempo, os pais eram severos e nem todos os dias eram apropriados para namorar), eles marcavam o horário e, quando prontos, saíam em direção um do outro.
 No caminho, a garota passava por uma loja com três vitrines fechadas com persianas de ferro e com grandes puxadores. Sempre voando, de tão depressa que andava,  movida por uma saudade imensa do seu grande amor, parava uns segundos frente às vitrines, levantava os puxadores, fechava os olhos e mentaliza com força:
“Que ele me ame por toda a vida”.
“Que ele me ame por toda vida”.
            “Que ele me por toda a vida”.
Feliz e confiante de que seria atendida pelos cupidos do amor, chegava feliz para o abraço de seu namorado.
Passavam algumas horas juntos... Trocavam juras de amor, beijavam-se e criavam juntos o futuro.  Quando o sino da Igreja repicava, lembrava-lhes de que era chegada a hora da despedida e ele a levava para casa.
 Ao passarem pela loja com os puxadores levantados das vitrines, o dois juntavam suas mãos e, abaixando–os, juravam amor eterno.
Alguns anos se passaram e a vida, sendo a arte dos desencontros, foi distanciando seus corações. Brigavam quase sempre; ele atrasava-se frequentemente aos encontros, ela entristecia e empalidecia ao pensar que poderiam estar vivendo os últimos momentos.
Nuvens escuras de angústia apagavam seu sorriso e juventude...
 Os olhos dele já não brilhavam quando a miravam, e seus lábios não mais desejavam dizer: “ eu te amo”.
Em uma noite sem lua e sem música sentaram-se na praça para namorar e, de repente, ele confirma o fim daquele amor...
Nada o fez mudar de ideia; nem choro, nem os mil pedidos de uma nova chance, por parte da jovem .
Naquela noite nua; sem lua, sem música, sem sonhos, ela voltou acompanhada de sua dor...
Ao passar pela loja, notou que os puxadores estavam levantados... Mirando-os, com lágrimas nos olhos, entendeu que suas preces não seriam atendidas pelos cupidos. O amor não era eterno; o amor era um laço frouxo! Enganara-se ao acreditar que poderia ser como o ferro, resistente às intempéries.
Do jovem não se tem notícias, no entanto, a garota por muito tempo chorou desconsoladamente...
 Após anos tendo a dor como companheira, foi, aos poucos, vivendo mais feliz.
 E, eis, que, num dia ensolarado, ao sair da escola, seus olhos encontraram-se  com os olhos de um garoto que a observava, ao mesmo tempo em que brincava de subir e descer as argolas daquelas vitrines...
 Seu coração reagiu sobressaltado, as mãos verteram água em demasia e, passado alguns meses, estavam namorando...
A jovem apaixonada olhava, naquele momento, com muito receio para  aquelas argolas de ferro e não se atrevia a pedir um amor eterno; somente questionava-se: “As argolas de ferro selariam aquele amor?”  Seria possível viver um amor a vida toda ou, eterno é a busca de um grande amor?
Apenas os cupidos conhecem os mistérios do céu e da alma, somente eles podem responder se há como viver, “felizes para sempre”.

Eliete T. Cascaldi Sobreiro
foto: internet
Convido-os queridos amigos e amigas a conhecerem minha fanpage: Aprendiz da escrita/ Eliete Cascaldi



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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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