
REPRESSÃO DA CONOTAÇÃO DA PALAVRA

"Antes do aparecimento da ciência empírico-racional as palavras tinham uma ampla conotação.
Com o surgimento das ciências exatas, com sua necessidade de precisão, de cálculo, ela, a ciência, reduziu a conotação, a denotação.
A palavra não tinha mais uma aura que permitisse uma polissemia, um deslizamento. Ela passou a ser dura, engessada, exata.

Os conceitos eram holísticos que podiam ser usados em vários campos da vida, desde a física até a moral. havia um aspecto de mistério nas palavras que as colocavam numa região ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, permitindo um uso universal da palavra. A ciência retirando a subjetividade dos conceitos, tornou-os privativos, dando a partida para o esvaziamento do inefável da palavra. na medida em que as ciências exatas obtiveram um estrondoso sucesso, passaram a ser paradigma de todos os outros campos do conhecimento que assim
deveriam renunciar ao mistério, à subjetividade e á imprecisão.

A denotação da palavra passou a valer mais que a conotação. Com isto expulsava-se do mundo o inefável, o fantasmático, o místico".
Nahman Armony,psiquiatra
Membro psicanalista da CPRJ e da SPID
Doutor em Comunicação pela ECO da UFRJ
Professor do curso de pós-graduação lato-senso “Psicologia clínica e Psicossomática” da Universidade estácio de Sá, Rio de Janeiro
Membro psicanalista da CPRJ e da SPID
Doutor em Comunicação pela ECO da UFRJ
Professor do curso de pós-graduação lato-senso “Psicologia clínica e Psicossomática” da Universidade estácio de Sá, Rio de Janeiro
“Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar ou cantar coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que seja.” (Miguel de Cervantes, escritor espanhol – 1547-1616)