terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft

domingo, 26 de fevereiro de 2012


Se eu sou aquilo que tenho e aquilo que tenho se perde, então quem sou eu?
Erich Fromm

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


"O importante não é morrer nem em que idade se morre ,
é o que se está fazendo no momento em que se morre".
A elegância do ouriço/Muriel Barbery
um livro que recomendo

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aventura

Ano novo, mil promessas...
Gastar menos,poupar mais, trabalhar muito sem deixar de ver familiares e amigos.
Exercitar-se, emagrecer, ler finalmente aquele livro que espera, pacientemente ,na cabeceira da cama, ouvir os CDs
emagrecer, etc, etc.
Plano perfeito, ou alguma coisa caiu no esquecimento?
Os filhos, como entram em nossos planos?
Martha Medeiros,
escritora gaúcha, faz uma analogia interessante entre aventura e paternidade.

“Aventura não é escalar montanhas
não é atravessar desertos
não é preciso bravura.
..........................................
aventura não é morar em castelo
não é correr de ferrari
não é preciso frescura
aventura é tudo o que faz
uma pessoa tornar-se capaz
de abrir mão da loucura
aventura é ser
mãe e pai.”

Pensar a paternidade como uma aventura é perfeito,não em seu sentido mais corriqueiro,
um empreendimento arriscado, passageiro ou leviano, mas com um significado mais amplo:
a aventura como um acontecimento extraordinário, que contém riscos, mas com segurança, e que requer um olhar atento e curioso por toda a paisagem.
Uma atitude investigativa e aberta para o novo e bonito.
A maternidade e a paternidade envolvem muitas dificuldades e grandes emoções.
Ter filhos e educá-los não deve ser entendido como trabalho árduo ou “aborrecente.”
Assim como uma aventura para dar certo exige tempo e disposição, da mesma forma é criar filhos.
È necessário planejamento, dedicação, atenção e cuidado com todo
detalhe e em cada etapa do processo, e, com certeza, grande dose de paixão.
A boa educação sempre começa em casa e exige exemplo, autoridade, referências seguras, escuta,
flexibilidade, limites, gratificações e frustrações. Para isso, não é possível prescindir da presença constante, aliada ao interesse verdadeiro dos pais pelos seus filhos.

Vitoriosos na aventura da paternidade serão os pais que conseguirem o grande feito:
serem companheiros de viagem de seus filhos, conhecendo-os em sua rica singularidade.
Numerosas serão as oportunidades de prazer, de alegria e de resgate de tudo o que é essencial para a felicidade.

Vitoriosos serão os filhos que herdarão a segurança de terem sido amados e apreciados por aqueles que lhes deram a vida.

Bela aventura será também para a humanidade quando entendermos que o que fica em nossa memória é a viagem e
não a bagagem, que o importante é o amor que doamos uns para os outros.
A melhor promessa
de futuro é viver em família.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Todo momento é importante,
Todo encontro é surpresa.
Todo rosto é revelação.
Carlos G. Vallés

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012



Na confiança madura há lugar para o 'não confiar',baseado na experiência, e para o 'não confiar ainda' , por falta de experiência com o objeto, sem que a não confiança se transforme paranoicamente, em desconfiança do outro ou, depressivamente, em desconfiança de mim.



Luís Cláudio Figueiredo em: As diversas faces do cuidar/novos ensaios de psicanálise contemporânea.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012



..."O voo livre é tão essencial quanto o abraço seguro".





As diversas faces do cuidar(novos ensaios de psicanálise contemporânea) de Luis Cláudio Figueiredo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012



Quanto menos existe de nós em nossas escolhas,mais frustração há em nossos atos.


Inez Lemos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



"O que está num mapa depende claramente dos interesses do cartógrafo e o mapa que escolhemos depende do que nós desejamos saber...



(os cartógrafos) fazem escolhas ao construir seus mapas, iluminando alguns elementos e ignorando outros. Essas escolhas, invitavelmente, afetam o viajante que está usando o mapa. Mas, bons mapas também oferecem escolhas...eles não são meras fórmulas, não insistem que a jornada deve ser feita de apenas uma maneira ou que ela precisa ser, de fato, completada. O mapa indica pontos de referência, de perigo, sugere possíveis rotas e destinos, mas deixa o caminhar para nós".(Daloz, 1986,p46)




Do belíssimo livro: Tutoria/Mentoring na formação médica

Patrícia Lacerda Bellodi , Milton de Arruda Martins e colaboradores.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012



Um terapeuta na verdade não cura; ele pode apenas apresentar um espelho. Nunca se pode de fato ajudar uma pessoa; podemos apenas ajudar os outros a verem a si mesmos.




Minha prática consiste, essencialmente, em olhar para as pessoas como elas são e devolver a elas essa imagem.




Podemos ajudar as pessoas a entender por que agem da maneira que agem,mas não podemos necessáriamente modificá-las.


Lynn Andrews/Curar, Curar-se ,Editora Cultrix

Apontadora de Idéias

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São Paulo, Brazil
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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