
Mia Couto , escritor moçambicano, com uma obra belíssima.
"Lhe concordo, doutor: sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o que posso fazer?
Estar doente é minha única maneira de provar
que estou vivo. É por isso que frequento o hospital, vezes e vezes, a exibir minhas maleitas.
Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido.
Mal atendido, quase sempre. Mas nessa infinita fila de espera, me vem a ilusão de me vizinhar do mundo.
Os doentes são a minha família, o hospital é o meu tecto e o senhor é o meu pai, pai de todos os meus
pais".
(Mia Couto, In O Fio das Missangas)
Estar doente é minha única maneira de provar
que estou vivo. É por isso que frequento o hospital, vezes e vezes, a exibir minhas maleitas.
Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido.
Mal atendido, quase sempre. Mas nessa infinita fila de espera, me vem a ilusão de me vizinhar do mundo.
Os doentes são a minha família, o hospital é o meu tecto e o senhor é o meu pai, pai de todos os meus
pais".
(Mia Couto, In O Fio das Missangas)