
O site da SBPC (http://www.jornaldaciência.org.br/) traz uma matéria que também foi tema de reflexão da neurocientista Suzana Herculano -Houzel na Folha Equilíbrio (Folha de São Paulo-16/04/09) sobre substâncias que poderiam supostamente apagar memórias ,mesmo as antigas e que em teoria estariam "consolidadas" no cérebro.
A neurocientista Suzana Herculano-Houzel cita em seu artigo uma palestra com Thomas Murray , especialista em ética, onde ele relatou uma experiência pessoal e muito dolorosa que foi a morte de sua filha de 16 anos, assassinada pelo namorado sociopata.
Na época já se falava dessa possiblidade do ZIP e ao ser indagado se usaria uma substância como essa,para apagar as memórias dolorosas associadas à filha, ele respondeu que não.
"A dor de perdê-la era uma parte integral do que lhe restava da filha: a memória.Esquecer essa dor seria uma desonra à vida breve da filha e às marcas que ela deixou nele".
Concordo integralmente com a opinião da neurocientista quando finaliza sua matéria dizendo :"(...)Talvez algumas dores devam de fato ser deixadas para trás-objetivo, aliás, de tantas terapias:ressignificar as dores."
Recorrer ao ZIP seria apagar a nossa essência, a nossa identidade.Isso no meu ponto de vista já é demais!

Contardo Calligaris, psicanalista, comentando este estudo diz o seguinte:
"Trauma não é uma lembrança muito forte.É um evento lembrado de forma insuficiente".
(...) "A solução do trauma não consiste em apága-lo, mas ao contrário, em lembrá-lo melhor".