


FAÇAMOS SILÊNCIO NESTE DIA TÃO ESPECIAL
O significado eterno desse dia é o encontro entre humildade e soberania, entre o poder e o amor, entre a glória e a liberdade. Ao entrar em Jerusalém, Jesus sabe porém que a exultação por parte da multidão O introduz no coração do "mysterium" da salvação. Está consciente de que vai ao encontro da morte e não receberá uma coroa régia, mas uma coroa de espinho.
Lembro-me de ter assistido um documentário sobre a vida de Dom Helder Câmara, e marcou-me profundamente suas palavras ao repórter quando entrevistado sobre seus sentimentos frente a multidão que o aplaudia .Dom Helder respondeu-lhe que sempre falava baixinho:"Meus Deus esses aplausos são para você , eu sou apenas o teu jumentinho".
Precisamos aprender diáriamente sobre humildade e sobre colocar nossos dons à serviço do Outro.
SEGUNDA-FEIRA SANTA: VIA-SACRA OU VIA CRUCIS
CAMINHO DA CRUZ
Esta tradição tem origem franciscana e reproduz a "Via Dolorosa", ou seja, o percurso feito por Jesus desde o tribunal de Pilatos até o Calvário, em Jerusalém. Já nos tempos passados, e às vezes, tambem hoje, é introduzida uma décima quinta cena: a Ressurreição, sem a qual a paixão fica privada do seu sentido final. (fonte:programação da paróquia São Judas Tadeu/Jaboticabal)
O caminho da cruz de Cristo imita o amor de Cristo. Um amor sacrifical que coloca o próximo como alvo do nosso perdão e cuidado. Não prioriza o nosso eu, mas o amor aos nossos semelhantes. É inexplicável o que o Senhor Jesus fez por nós na cruz, mas foi amor. Não é possível ser seguidor de Jesus sem imitar o seu amor. Retire a cruz da história de Cristo e nós não teríamos razão para estar aqui. Retire a cruz da história de Cristo e seríamos dignos de pena. Felizes somos nós porque a cruz está lá, e o amor de Cristo por nós foi derramado nela.Fonte: http://www.sermao.com.br/
Seremos como a multidão que vaiava ou seremos como Simão que colou a cruz nos ombros e andou ao lado de Jesus?
Pergunto-me se no meu caminho já fui Simão para algum irmão, se ajudei alguém a carregar a sua cruz.
VI -ESTAÇÃO:VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS
"Verônica" - "Verdadeira imagem" da árvore que dá bons frutos, mesmo rodeada de um ambiente hostil, espinhoso vai ao encontro de Jesus.
IV- ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA A SUA MÃE
Obrigado Jesus, porque nada quiseste para Ti! Até a Tua própria Mãe nos entregaste, para que Ela todos os dias nos repita com ternura: «Fazei tudo o que Ele vos disser.Ámen
Para pensar e rezar esta semana.Estas semanas anteriores à Sexta-feira Santa podem revelar-nos uma profundidade especial à medida que envelhecemos: de certa forma, lamentamos que Jesus não tenha vivido mais anos, até à sua velhice, já que morreu aos trinta e três anos, no auge das sua capacidades. Não sabemos, pelos Evangelhos, como poderia ter enfrentado a doença, os acidentes, a perda de amigos, o fracasso no seu trabalho, a menor agilidade da sua mente, os lapsos de memória, as dores nas extremidades, o sentir que a sua vida já tinha passado. Todas estas coisas aconteceram de repente, em vinte e quatro horas, desde a noite de Quinta até à tarde de Sexta. Para nós, passam lentamente, com mais tempo para aceitá-las bem ou mal. São, mais do que uma tragédia individual, a nossa participação no destino de Jesus.
fonte:htpp://www.sacredspace.ie/pt/
Esse poeta é demais...Fabrício Carpinejar
DESANDO A RIR. É difícil explicar uma alegria. É fácil explicar uma tristeza. Uma alegria é descoberta. Tristeza é invenção. Queria dormir como uma criança que não quer dormir. Há dias tão cansados que me escapa o sono. O rosto de quem dorme demais é o mesmo rosto de quem dorme de menos. As olheiras são fundas como um convés inclinado. Quando não penso, desando a rir. Amar um corpo não é deixar acontecer, amar um corpo é concentração. É procurar no corpo o que o corpo não vê. É enxergar onde a respiração se repete em música. Ser natural é mais do que ser espontâneo. Ser natural é esquecer. Ser espontâneo é tentar esquecer. Existir é uma violência. A gente escreve para existir menos. Ao escrever, a gente escolhe. Ao existir, a gente é escolhido. Ter consciência não me fez mais prevenido. Minhas mãos são joelhos sentados. Não sou o que aprendi. Sou o que falta aprender.
Fabrício Carpinejar
Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas,mas que podemos apreender e escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecero nosso próprio mistério.Como aquele Sultão Mamude, que entendia a fala dos pássaros, podemos aplicar toda a nossa sensibilidade a esse aparente vazio de solidão;e pouco a pouco nos sentiremos enriquecidos.
Façamo-nos também desse modo videntes:olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos tecidos sem maiores pretensões.Não procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar,o equilíbrio de linhas, a graça das proporções: muitas vezes seu aspecto-como o das criaturas humanas-é inábil e desajeitado. Mas não é isso que procuramos apenas: é o seu sentido íntimo que tentamos discernir.Amemos nessas humildes coisas a carga de experiências que representam, e a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho humano, por infindáveis séculos.
Tudo palpita em redor de nós, e é como um dever de amor aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa infinidade de formas naturais ou artificiais que encerram seu segredo, suas memórias, suas silenciosas experiências. A rosa que se despede de si mesma, o espelho onde pousa o nosso rosto, a fronha por onde se desenham os sonhos de quem dorme, tudo, tudo é um mundo com passado, presente, futuro, pelo qual transitamos atentos ou distraídos.Mundo delicado, que não se impõe com violência:que aceita a nossa frivolidade ou o nosso respeito:que espera que o descubramos, sem se anunciar nem pretender prevalecer; que pode ficar para sempre ignorado, sem que por isso deixe de prevalecer; que não faz da sua presença um anúncio exigente."Estou aqui! estou aqui",Mas concentrado em sua essência, só se revela quando os nossos sentidos estão aptos para o descobrirem.E que em silêncio nos oferece suas múltipla companhia generosa e invisível.