Voltando a esse querido lugar...
Um
conto de amor
...dizia
que os amores lhe tinham falhado, mas que os amores não destruíram o futuro.
Valter
Hugo Mãe
Num país
muito distante, no tempo e no espaço, vivia um casal jovem que se amava muito e
que estavam namorando.
Sua
residência era uma pequena e tranquila cidade, com árvores frondosas, protegida
por altas montanhas.
Quando a
jovem tinha permissão para encontrar com seu namorado (naquele tempo, os pais
eram severos e nem todos os dias eram apropriados para namorar), eles marcavam
o horário e, quando prontos, saíam em direção um do outro.
No caminho, a garota passava por uma loja com
três vitrines fechadas com persianas de ferro e com grandes puxadores. Sempre
voando, de tão depressa que andava, movida por uma saudade imensa do seu grande
amor, parava uns segundos frente às vitrines, levantava os puxadores, fechava
os olhos e mentaliza com força:
“Que ele me
ame por toda a vida”.
“Que ele me
ame por toda vida”.
“Que ele me por toda a vida”.
Feliz e confiante de que seria
atendida pelos cupidos do amor, chegava feliz para o abraço de seu namorado.
Passavam algumas horas juntos... Trocavam
juras de amor, beijavam-se e criavam juntos o futuro. Quando o sino da Igreja repicava, lembrava-lhes
de que era chegada a hora da despedida e ele a levava para casa.
Ao passarem pela loja com os puxadores
levantados das vitrines, o dois juntavam suas mãos e, abaixando–os, juravam
amor eterno.
Alguns anos se passaram e a vida, sendo
a arte dos desencontros, foi distanciando seus corações. Brigavam quase sempre;
ele atrasava-se frequentemente aos encontros, ela entristecia e empalidecia ao pensar
que poderiam estar vivendo os últimos momentos.
Nuvens escuras de angústia apagavam seu
sorriso e juventude...
Os olhos dele já não brilhavam quando a miravam,
e seus lábios não mais desejavam dizer: “ eu te amo”.
Em uma noite sem lua e sem música
sentaram-se na praça para namorar e, de repente, ele confirma o fim daquele
amor...
Nada o fez mudar de ideia; nem choro,
nem os mil pedidos de uma nova chance, por parte da jovem .
Naquela noite nua; sem lua, sem
música, sem sonhos, ela voltou acompanhada de sua dor...
Ao passar pela loja, notou que os
puxadores estavam levantados... Mirando-os, com lágrimas nos olhos, entendeu
que suas preces não seriam atendidas pelos cupidos. O amor não era eterno; o
amor era um laço frouxo! Enganara-se ao acreditar que poderia ser como o ferro,
resistente às intempéries.
Do jovem não se tem notícias, no
entanto, a garota por muito tempo chorou desconsoladamente...
Após anos tendo a dor como companheira, foi, aos
poucos, vivendo mais feliz.
E, eis, que, num dia ensolarado, ao sair da
escola, seus olhos encontraram-se com os
olhos de um garoto que a observava, ao mesmo tempo em que brincava de subir e
descer as argolas daquelas vitrines...
Seu coração reagiu sobressaltado, as mãos verteram
água em demasia e, passado alguns meses, estavam namorando...
A jovem apaixonada olhava, naquele
momento, com muito receio para aquelas
argolas de ferro e não se atrevia a pedir um amor eterno; somente
questionava-se: “As argolas de ferro selariam aquele amor?” Seria possível viver um amor a vida toda ou, eterno
é a busca de um grande amor?
Apenas os cupidos conhecem os mistérios
do céu e da alma, somente eles podem responder se há como viver, “felizes para
sempre”.
Eliete T. Cascaldi Sobreiro
foto: internet
Convido-os queridos amigos e amigas a conhecerem minha fanpage: Aprendiz da escrita/ Eliete Cascaldi