segunda-feira, 4 de outubro de 2010


O ninho leva-nos de volta à infância, a uma infância!
Bachelard

A infância me ensina até hoje
que os problemas são bolhas de sabão que se dissolvem rapidamente, e os sentimentos negativos são como balas de coco, que se não puxadas ainda quentes, endurecem.
A infância me ensina até hoje que , quando me torno exigente demais comigo mesma e com os outros, o melhor a fazer é “ver se estou lá na esquina” e, se eu quiser compreender a vida e seus mistérios, vou sempre ser “gente descalça”.
A infância me ensina até hoje que, para certas situações, é preciso treinar os passos com sapato de salto alto, bem maior do que meus pés, e que, quando cansada, devo sempre pedir colo e deitar minha cabeça no ombro de quem me ama .
A infância me ensina até hoje que, as coisas às vezes parecem grandes, porque me sinto muito pequena, e que muitas feridas da alma saram com um beijo molhado.
A infância me ensina até hoje, a cantar alto no banheiro, sem preocupar-me em desafinar, apagar as velinhas no dia do meu aniversário, rezar antes de dormir e sonhar... porque anjos existem.
Quando assim vivo, sinto-me feliz e esperançosa como o velho pescador que joga sua rede no mar e tem certeza de que o mar lhe responderá, oferecendo-lhe muitos peixes.
Quando assim vivo, estou mais aberta para aprender, apreciar e maravilhar-me com tudo que há ao meu redor.
E o mais importante: permito-me ser fraca, franca e boba, e pedir ajuda sempre que não sei.
escrito em 2009

5 comentários:

  1. Linde e reflexivo texto!Uma semana ótima pra ti!beijos,chica

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  2. Eliete gosto do que você escreve. Sempre aprendo algo de bom e importante. bjs, Ana

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  3. Amei esse post!!! Como é bom abrir o baú da nossa infância para resgatar doces lembranças... momentos, cheiros e sabores inesquecíveis... buscar inspiração e alegria para ver todas as coisas, o mundo, as pessoas, com a pureza e isenção de um coração imaculado.
    Bjs Eliete.

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  4. Acho que deve fazer parte da vida reconhecer e assumir as nossas fraquezas.

    O blogue vai bem bonito, Eliete.

    Um beijinho amigo segue daqui, para si...

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  5. Eliete,
    lindo texto...
    Mas não deixa de provocar alguma nostalgia....
    da infância resta a boa memória,na fasea adulta nem sempre o colo que desejamos está disponíel para nos receber,e, as mãos que consideramos eternas parecem que se esquecem de nos tocar...
    Sua, sempre
    ana

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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