sábado, 11 de setembro de 2010

"AMIZADE EM TEMPO DE RISCO


A amizade voltou a ser fundamental. Os afetos recobrem a paisagem de cada época, variando em importância conforme o momento. Na globalização, tempo das relações transversais do laço social, a amizade volta a ocupar um lugar precioso. Ela nem sempre foi bem vista, no mundo industrial, por criar privilégios - "aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei". Trazer um amigo para participar de um contrato era mal visto. A amizade envolve o segredo, o que não combinava com a vida pública, cívica. Por outro lado, seria ingênuo apostar na opinião dos amigos: elogios não mereciam confiança. Preferia-se o juízo comum, frio de afeto. Hoje, a amizade se tornou selo de excelência. Em um mundo sem garantias, de imprevisão e da necessidade de criar, a amizade permite o passo em direção à convivência das diferenças. A amizade cultiva o que temos de incomum, mais além das críticas e dos elogios. Um amigo espera de nós o inusitado a cada encontro, e nos chama a animar a relação não pelo que é normal, mas pelas vias do nosso desejo.Hoje, é com o amigo que se quer o contrato. Precisa-se de ousadia em nossos pactos - no trabalho, nos projetos de um futuro que não apenas alimente, mas que tenha sabor. Saímos de um mundo de líderes para um mundo de decisores: o líder contava com padrões de comportamento; o decisor - quem se expõe a fazer um caminho nunca antes percorrido - conta (precisa contar) com um amigo.A amizade é o que sustenta o risco da decisão". Jorge Forbes

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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