segunda-feira, 9 de maio de 2011

foto:Kemal_Kamil




UM DESSES MOMENTOS
Estou em um desses momentos em que o desassossego não me deixa dormir nem acordar; nem ir nem ficar.
É só confusão e atordoamento.
O coração gagueja, titubeia com tantas emoções endoidecidas.
As batidas descompassadas pedem explicação e eu não sei nada de mim. Não sei o que acontece nos subterrâneos do meu ser. Se eu fosse este coração sairia em disparada e deixar-me-ia com minha confusão. No entanto , ele é amor e não abandona o capitão. Fica batendo pesado, apertado e envergonhado, por mostrar-se desgovernado e incapaz de dar conta de tal confusão.
Acalme coração valente, logo voltarei a ser feliz. Quem sabe foi só um alarme falso, uma mentira sentida ou uma verdade abortada que despontou neste horizonte íntimo?
Pobre coração! Não pode sequer descansar, parar um pouco para distrair ou relaxar! Sua vida é a vida de seu hospedeiro; para isto que ele vive. Dedicação total ao outro. Quando pressente “perigo à vista”, põe-se de prontidão e faz ressoar todo o batalhão, com a firme intenção de colocar medo no inimigo e fazê-lo bater em retirada.
Caríssimo coração, procure dormir. Não dê importância a este desassossego, você bem sabe, que ninguém sabe o que quer, e que ansiar e temer é ofício de todos nós .
Peça aos olhos para fecharem as cortinas, os ouvidos para cerrarem as portas; assim no escurinho você se acalmará.
Procurarei um berço, um colo, um ombro, um toque, um beijo. Vou procurar um amor para namorar!
Estou em um desses momentos em que o desassossego não me deixa dormir nem acordar, nem ir nem ficar.
É hora de calar, parar e pensar e fazer-me na bagunça do desfaço.



Eliete Cascaldi Sobreiro






Queridos amigos, agora vou fazer uma pausa nas visitas aos blogs amigos e nas postagens do meu blog para viver um momento muito especial: o casamento da minha filha.

Esta crônica foi escrita em 2010,não tem nada a ver com o casamento, embora posso confessar que a ansiedade é grande e o desassossego existe,mas a razão é felicidade.bjs

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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