quinta-feira, 14 de abril de 2016




“Te quero verde...”

 

Na esperança, a alma ultrapassa a realidade.

Hanna Arendt

 

Sabe o anzol? O peixe vai direto e abocanha-o; essa é a sua má sorte!

Assim, podemos pensar em palavras como anzol, que nos fisga, às vezes, negativa e, às vezes, positivamente.

Entretanto, vou falar de palavras que “fisgam” nossas vísceras que de tão profundas e deliciosas, se tornam alimentos para os nossos pensamentos.

Frequentemente, fico cativa de frases, expressões ou palavras que considero belíssimas, como, por exemplo: açucena, jasmim, fascinação, azul...

Ou como agora! Acabo de ser fisgada por uma expressão de Hanna Arendt, filósofa alemã.

“Quando a esperança era verde”!

A esperança é aquele guindaste de metal que nos puxa para cima e nos joga para um futuro auspicioso. Quando a perdemos, a vida torna-se uma agonia-sentimento terrível que tem origem na consciência da não temporalidade, ou melhor, a pessoa é atravessada por um sofrimento tão grande que parece não ter fim. È a captura da pessoa pelo desespero.

A esperança é a luz no fim do túnel; é a certeza de que uma situação desfavorável acabará e que tudo dará certo: é a crença num futuro diferente.

Como o arco-íris a esperança pode apresentar-se com várias nuances e cores: mais forte, não tão forte, bem fraquinha...

Mas, a esperança verde... refere-se àquela certeza de que o mal findará, de que a tempestade está diminuindo e que o sol com seus raios de luz trará  um novo amanhecer.

Essa convicção nos dará força, foco e energia para ir em frente e, os arredores adquirem uma tessitura diferente- ficam mais viçosos.

Em assim sendo, por que não desejar, ardentemente, um amor vermelho na soleira de nossas portas, um azul anil entrando pelas janelas anunciando dias melhores e brotos e mais brotos de esperanças verdes sendo plantadas por braços humanos?

Neste fim de ano , que venham cestas de esperanças verdes adubando nossos corações e que, desse terreno fértil, a fé, que anda tão fraquinha no mundo, possa florescer em abundância.

Artigo publicado no jornal O COMBATE em dezembro de 2015
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
imagem : da internet

 

 

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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