domingo, 31 de outubro de 2010

TATUAGEM OLFATIVA

Um perfume ocasional afaga minha alma e acorda meu coração.
Nele, certas lembranças são eternas como diamantes; não morrem jamais.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Quem tem boca.
Soube recentemente que a expressão “Quem tem boca vai a Roma”, é incorreta.
O certo é “Quem tem boca vaia Roma”.
Confesso que, neste caso, gosto mais do equívoco, pois, quando ouvíamos este dito popular, entendíamos que, por mais difícil que fosse nossas dificuldades, ao tentar comunicá-las, alcançaríamos nossos objetivos.
Lembro-me também da expressão que o Chacrinha usava em seu programa de televisão: ”Quem não se comunica, se estrumbica”(sic).
No entanto, atualmente, parece que estamos vivendo uma descrença em relação à linguagem como um meio de sermos compreendidos e de manifestar nossas diferenças.
Embora preconizemos a importância do diálogo em nossas relações afetivas e sociais, muitas pessoas sentem-se cansadas, desanimadas e desacreditadas em relação ao diálogo, quando enfrentam situações de conflito. É comum ouvirmos as seguintes queixas:
“Estou cansada(o), não consigo fazer-me entender por ele(a)”, ou “Não adianta falar, é sempre a mesma coisa, ele(a) acaba invertendo toda a história”.
Talvez o ditado “quem tem boca vaia Roma”, represente melhor as atuais condições de comunicação entre nós.
Com freqüência, usamos formas agressivas, críticas ou mesmo intolerantes em relação á ideia do “Outro”, o que causa grandes prejuízos no entendimento e na solução dos problemas.
O calar-se tem sido outra opção feita por muitas pessoas, e o resultado, geralmente, é o ressentimento , pois estabelece-se um crescente distanciamento emocional e físico entre os envolvidos.
É sabido que a consequência do “não dito” é a construção de um buraco profundo e, em cima de buraco, não se constrói nada.
Além da rudeza no “falar” ou do “não falar”, outro fator que impede o bom entendimento entre as pessoas é a dificuldade de compreender o “Outro” em sua alteridade. Geralmente, agimos baseados nas interpretações que elaboramos do comportamento ou da fala de uma pessoa.
Às vezes, estamos tão certos das “razões” que tiramos das interpretações que fazemos , que acabamos tornando-nos cegos e surdos a qualquer outra suposição que possa haver.
Nossas crenças acabam por definir a “verdade”, e, consequentemente , a busca e a compreensão de outro ponto de vista dá lugar ao julgamento .
Assim, apesar de o avanço tecnológico ter- nos possibilitado recursos fabulosos de comunicação, estamos cada vez mais sozinhos. Vivemos como linhas paralelas, que embora próximas, não são capazes de encontrarem-se .
E existe solidão pior do que falar e não ser entendido?
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro


terça-feira, 26 de outubro de 2010


A pessoa no espelho

quando conseguir tudo o que quer na luta pela vida
e o mundo fizer de você rei por um dia,
procure um espelho, olhe para si mesmo
e ouça o que aquela pessoa tem a dizer.

porque não será de seu pai, mãe, marido ou mulher
o julgamento que terá que absolvê-lo.
o veredicto mais importante em sua vida,
será o da pessoa que o olha do espelho.



alguns podem julgá-lo um modelo,
considerá-lo um ser maravilhoso.
mas ela dirá que você é apenas um impostor.
se não puder fitá-la dentro dos olhos.


é a ela que deve agradar, pouco importam os demais
pois será ela quem ficará a seu lado até o fim.
e você terá superado os testes mais perigosos e difíceis
se a pessoa do espelho puder chamá-lo de amigo.



na estrada da vida, você pode enganar o mundo inteiro,
e receber palmadinhas no ombro ao longo do caminho.
mas, seu saldo e seu último salário serão de dores e lágrimas,se enganou a pessoa que o fita do espelho.
(autor desconhecido)
Gostaria muito de conhecer você que visita meu cantinho.
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Obrigada

domingo, 24 de outubro de 2010



Foi um sucesso...
Uma grande emoção...
O QUE É AMOR?

Agradecemos a todos que nos agraciaram com
palmas e lágrimas de emoção.
Nosso muito obrigado!

Tutti Goes de Lima,Lívia Assumpção Pedro,Ricardo Fenerich, Ana Luisa B.Barbosa e Natália F. de Souza
Eliete Cascaldi Sobreiro e Marisa Murakami

Letícia, Lívia, Gabriela A. de Souza, Ricardo, Natália e Ana Luísa Natália e Tiago Henrique Brasil da Silva

Dr. Jonas R.Cintra e Zina Bellodi

João Carlos Pinto de Lima (Belêle)


Zina e Alessandra Cristina N. F. Máximo

Tiago e Natália Tutti e André Assis de Melo Neto

Dr Jonas

Gustavo Bissoli

Natália, Tiago, Letícia, Lívia, Ricardo, Célio Santos da Silveira,Belèle


Você que assistiu ao espetáculo, por favor deixe seu comentário.

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Muito obrigada!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Num tempo não tão distante assim,
viviam pessoas um tanto estranhas, de um modo um tanto estranho também.
Moravam em pequenas cidades e seus hábitos eram por demais diferentes dos nossos - seres modernos e sofisticados - que têm como diversão, após uma jornada de trabalho de dez ou doze horas, colocarem-se em frente à T.V. ou computador e distraírem-se até o sono chegar.
Sinceramente, não sei o que aquelas pessoas pensavam sobre a vida; o que sei é que os fatos relatados são a mais pura verdade, mas vou avisando: ”qualquer semelhança é mera coincidência”, afinal, não poderíamos ter parentesco algum com seres tão “ingênuos”.
Nas tardes mais quentes, por volta das dezoitos horas (imaginem!), já estavam em casa e, após o jantar em que comiam sem se preocupar com as calorias ingeridas, puxavam as cadeiras e sentavam-se nas calçadas. Às vezes, só a família, outras vezes, abriam a roda para os vizinhos e todos juntos ficavam conversando até bem tarde .
De madrugada, o leiteiro passava entregando o leite e um pouco mais tarde o padeiro deixava o pão quentinho. Mas, só após o apito da fábrica é que todos se levantavam. Os homens saíam para trabalhar e as mães preparavam seus filhos para a escola; durante o percurso eram muitos “bom-dia“. Algumas mulheres colocavam-se à janela para um papinho ou para fofocar, outras varriam suas calçadas e outras passavam apressadamente com um saco de roupas na cabeça. Tudo muito estranho realmente! À tarde, geralmente, as mulheres e suas empregadas faziam deliciosos quitutes: bolachinhas, bolos, biscoitos e a vizinha sempre ganhava uma generosa porção. Alguns dias depois, era a vizinha que vinha com outras guloseimas no prato emprestado, pois era ” falta de educação” devolvê-lo vazio.
Quando o casal saía a pé para passear, o homem tinha por costume zelar pela proteção da mulher tomando sempre a posição de ficar do lado da rua e a mulher “guardada” do movimento dos carros ou dos transeuntes.
Não era necessário dinheiro, cheque ou cartão de crédito na compra de alguma coisa, O costume era marcar, pôr na “conta”, ou na caderneta e no final do mês pagava-se o que estava devendo, sem juros, imaginem! Nas padarias era costume o proprietário agradecer o pagamento efetuado pelo cliente com alguns doces deliciosos.
Porém, nem tudo era um mar de flores nesse país muito estranho. As preocupações existiam, pois as ameaças sempre estiveram presentes na vida dos seres humanos, mas eles contavam com mecanismos de proteção infalíveis. Antes de dormir, as crianças olhavam embaixo da cama para verificar se não havia ladrão, e ao deitar pediam a bênção do pai e da mãe, após rezarem pedindo a proteção do anjo da guarda.
Os adultos quando saíam de casa, escondiam a chave no vaso do terraço, ou na janela, para que seus filhos pudessem entrar quando chegassem.
Os medos geralmente eram de assombrações, mulas- sem- cabeça, almas penadas.
Aventura era pular do trampolim na piscina, subir em árvore, escorregar no corrimão das escadas ou jogar amarelinha para chegar ao céu. É claro que nesse tempo as crianças não eram ”santinhas”, já faziam suas artes, como esconderem-se atrás da porta para observar a avó tirar a dentadura ou usar estilingue para matar passarinhos. Os adolescentes eram terríveis, escondiam-se no banheiro para fumar, as mocinhas, nos quartos, para lerem fotonovelas e no “escurinho do cinema” davam beijos apaixonados.
Consideravam “maior barato” mascar chiclete e bala Chita.
Tinham também suas crendices, como deixar o gomo menorzinho da tangerina secando para que Nossa Senhora viesse buscá-lo e dar um susto na pessoa que estava com soluço. Cantavam seu grito de guerra ao som da Jovem Guarda, “quero que vá tudo para o inferno”, “eu sou terrível”; tocavam com seus violões as músicas dos novos baianos que incitavam todos a saírem “sem lenço e sem documento”, e recebiam muitas outras influências , até do além mar - como um grupo de jovens cabeludos que faziam as meninas desmaiarem quando apareciam com suas guitarras cantando Yellow Submarine.
Realmente estranhos esses habitantes, pois não ficavam como nós assistindo ao Big Brother Brasil e pensando qual participante deve sair da casa e quem merece ganhar o prêmio e pousar nu para as revistas para finalmente conseguir a “fama”. Estavam sempre “gamados”, ou melhor, apaixonados, só queriam dançar de rostinho colado e de olhos fechados.
Estar na moda era ter uma calça jeans desbotada, (para isso, a esfregavam no tanque até ficar bem surrada).
Poderia continuar a relatar muitas outras esquisitices desse povo, mas vou terminar com o que considero o mais estranho e o mais “repugnante“ de todos os fatos.
O tempo, nesse tempo, era diferente, andava mais devagar. Uma mulher que não tivesse um namorado até por volta dos 20 anos ia ficar “pra titia” e, após os cinquenta anos, as pessoas eram consideradas velhas!
Ainda bem que a civilização moderna chegou!
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro

domingo, 17 de outubro de 2010

Para quem gosta de M.P.B. e poesia
O homem tem necessidade de conviver com a arte para recompor seu senso de harmonia, de proporção e de equilíbrio(Victor Civita).
Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.Manoel de Barros
Perguntaram à flor de onde vinha.
"De uma semente de amor que não se acovardou."
Ana Jácomo

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Alguma coisa acontece...
Alguma coisa acontece em nossos corações, eles parecem pouco ensolarados, apertados e solitários.
Alguma coisa acontece com nossos olhares, pois espreitam perigos em tudo que lhes é estranho, diferente.
Alguma coisa acontece com nossos braços, que não mais suportam amparar o Outro.
Alguma coisa acontece com nossas relações, pois estão cada vez mais frias, desconfiadas e violentas.
Há um mal-estar geral em viver num mundo tão desencantado, tão carente de gentileza, de amor, de olho no olho.
Onde todos os pés estão atolados pelo medo, todas as mãos trancadas pelo narcisismo.
Onde o movimento é sempre afastar-se, duvidar, fechar-se, recusar o que não conhece ou o que lhe é estranho.
A dura realidade nas filas, nas vilas, favelas,nas casas belas é viver subtraindo, deixando de partilhar, de trocar, de tocar, de contar, de falar com o Outro.
Nas duras poesias concretas de nossas esquinas é que vamos somando defesas, preconceitos, crenças que reduzem os encontros.
As deselegâncias discretas dos nossos gestos vão dividindo o mundo de tal forma que todos acabam sentindo-se forasteiros, estranhos em sua própria terra.
Multiplicamos medos, angústias, solidão.
Há de chegar o dia em que nossos corações abrirão avenidas amplas de mão dupla para as relações, nas quais a verdade irá muito além do que se vê.
Há de chegar o dia em que não abriremos fendas naquilo que é diferente, em que ouviremos o som de nossas almas e não nos nortearemos por sinais superficiais. Seremos, enfim, éticos, seres que respeitam a alteridade, que são compromissados com a vida e regidos por uma razão pautada pelo respeito. A ética da alegria, da partilha, da liberdade criativa, da fraternidade.
Uma estrela surgirá no céu. Seremos, então, capazes de nos guiar por ela e descobriremos o verdadeiro caminho: o nascedouro do amor.
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
Inspiração: SAMPA : Letra e música de Caetano Veloso


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Abra os olhos para dentro,

e olhe devagar cada recanto, cada pedacinho iluminado,
cada canto arrumado e florido, e agradeça por isso.
Tateie cada lugar que está escuro e em desordem, e com calma tente compreender o que acontece nestes lugares.
Não importa quanto tempo passará, não desespere nem tenha pressa, pois é tarefa de vida. Não tenha medo, as sombras logo ficarão mais definidas, o escuro irá clareando e dando-lhe uma compreensão mais nítida do porquê abandonou esses cantinhos.
Mantenha-se firme se, ao tirar algumas coisas do lugar, uns sentimentos despencarem e alardearem quem estiver por perto; é assim mesmo, as faxinas, mesmo sendo necessárias, incomodam a todos, principalmente as faxinas da alma. Confie em seu coração e em seus olhos, mas não se intimide em pedir ajuda, em buscar por um guia, pois sempre é bom estarmos acompanhados nos momentos importantes de nossas vidas. Nunca deixe de acreditar que é possível fazer seu território mais acolhedor para a floração de sua essência. Ela é bela, com certeza.
Lembre-se de que nossa alma precisa de cuidados diários, de janelas abertas, de espaço e terreno revolvidos para fazer crescer em beleza e força suas novas mudas.
Deposite neste cantinho muitas moedas de amor, invista muitos minutos de seu dia, e não gaste impensadamente esse tesouro.
Não esqueça que, neste território as leis da física não explicam tudo, a lógica e o pensamento racional não são senhores e mandatários, e o relógio que marca o tempo não é o Cronos e ,
sim, Kairós.
Lembre-se de que o maior bem é conseguir viver com harmonia, e o ofício mais importante é ser feliz.
Eliete

domingo, 10 de outubro de 2010

DANÇANDO NA PRAÇA...




a vida faz um intervalo e as pessoas lavam a alma....




corações em rítmo de feriado...

olhos nos olhos...



nós saboreamos este momento mágico e...


a natureza também deu uma palhinha
linda, linda, linda!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


O ninho leva-nos de volta à infância, a uma infância!
Bachelard

A infância me ensina até hoje
que os problemas são bolhas de sabão que se dissolvem rapidamente, e os sentimentos negativos são como balas de coco, que se não puxadas ainda quentes, endurecem.
A infância me ensina até hoje que , quando me torno exigente demais comigo mesma e com os outros, o melhor a fazer é “ver se estou lá na esquina” e, se eu quiser compreender a vida e seus mistérios, vou sempre ser “gente descalça”.
A infância me ensina até hoje que, para certas situações, é preciso treinar os passos com sapato de salto alto, bem maior do que meus pés, e que, quando cansada, devo sempre pedir colo e deitar minha cabeça no ombro de quem me ama .
A infância me ensina até hoje que, as coisas às vezes parecem grandes, porque me sinto muito pequena, e que muitas feridas da alma saram com um beijo molhado.
A infância me ensina até hoje, a cantar alto no banheiro, sem preocupar-me em desafinar, apagar as velinhas no dia do meu aniversário, rezar antes de dormir e sonhar... porque anjos existem.
Quando assim vivo, sinto-me feliz e esperançosa como o velho pescador que joga sua rede no mar e tem certeza de que o mar lhe responderá, oferecendo-lhe muitos peixes.
Quando assim vivo, estou mais aberta para aprender, apreciar e maravilhar-me com tudo que há ao meu redor.
E o mais importante: permito-me ser fraca, franca e boba, e pedir ajuda sempre que não sei.
escrito em 2009

sábado, 2 de outubro de 2010


“Tinha vantagens não saber do inconsciente, vinha tudo de fora, maus pensamentos, tentações, desejos.
Contudo, ficar sabendo foi melhor, estou mais densa, tenho âncora, paro em pé por mais tempo. De vez em quando ainda fico oca, o corpo hostil e Deus bravo. Passa logo. Como um pato sabe nadar sem saber, sei sabendo que, se for preciso, na hora H nado com desenvoltura. Guardo sabedorias no almoxarifado.
Adélia Prado

Apontadora de Idéias

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São Paulo, Brazil
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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