segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A ostra e sua pérola

Ostra feliz não faz pérola.
Rubem Alves  
                                             
Querida ostra, sou sua pérola; sou o resultado de sua luta em sobreviver.
Nasci do seu esforço em não morrer, cresci de sua briga por respirar.
Sou aqueles grãozinhos de areia que invadiram, impiedosamente, suas entranhas sem que você pudesse controlar.
Seu nácar protegeu-me e agora sou essa pérola maravilhosa que a todos seduz,  mas que só você soube gestar.
Meu valor é o seu valor; minha beleza espelha sua beleza. Por saber que a vida nos pede luta, destreza e, em alguns momentos, asperezas, reverencio-lhe porque sei do que você foi capaz: exemplo de uma vida de muita dedicação e que mesmo ferida foi capaz de envolver-me de amor.  
Você é uma pequena que se revelou gigante; eu sou sua pérola, sua mais bela criação.
Em seu isolamento me libertou; não me aprisionou como posse e propriedade sua e seu amor é oferenda ao mundo.

Mas a vida é isto: luta e entrega. Agora estou pronta para cumprir o meu destino.
Talvez encontre um ourives generoso que me faça brilhar num lindo colar e, quem sabe, poderei selar a união de um grande amor.

artigo publicado no jornal "O Combate"
texto: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
Foto: internet

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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