quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

REPRESSÃO DA CONOTAÇÃO DA PALAVRA




"Antes do aparecimento da ciência empírico-racional as palavras tinham uma ampla conotação.
Com o surgimento das ciências exatas, com sua necessidade de precisão, de cálculo, ela, a ciência, reduziu a conotação, a denotação.
A palavra não tinha mais uma aura que permitisse uma polissemia, um deslizamento. Ela passou a ser dura, engessada, exata.

Os conceitos eram holísticos que podiam ser usados em vários campos da vida, desde a física até a moral. havia um aspecto de mistério nas palavras que as colocavam numa região ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, permitindo um uso universal da palavra. A ciência retirando a subjetividade dos conceitos, tornou-os privativos, dando a partida para o esvaziamento do inefável da palavra. na medida em que as ciências exatas obtiveram um estrondoso sucesso, passaram a ser paradigma de todos os outros campos do conhecimento que assim
deveriam renunciar ao mistério, à subjetividade e á imprecisão.
A denotação da palavra passou a valer mais que a conotação. Com isto expulsava-se do mundo o inefável, o fantasmático, o místico".
Nahman Armony,psiquiatra
Membro psicanalista da CPRJ e da SPID
Doutor em Comunicação pela ECO da UFRJ
Professor do curso de pós-graduação lato-senso “Psicologia clínica e Psicossomática” da Universidade estácio de Sá, Rio de Janeiro

“Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar ou cantar coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que seja.” (Miguel de Cervantes, escritor espanhol – 1547-1616)

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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