quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Só domingos precisam de feriado - por Nilton Bonder
Feriados - dia de respeito e atenção a si e à vida...Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica.Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção,inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.


A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos ocuparmos'.A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia.Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme.As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante.A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.

As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado...Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos? Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair: - literalmente, ficar desatento;- é um dia de atenção, - de ser atencioso consigo e com sua vida.A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é:'o que vamos fazer hoje?' - já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa alegria –o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

domingo, 27 de setembro de 2009

SENSO DE MEDIDA:

Uma das palavras mais bonitas do hebraico antigo é a palavra “lição”, ou “ensinamento”.Esta palavra-shur- quer dizer”medida”.Há uma medida exata que ensina.
Essa medida sabe fazer uso perfeito do conhecimento já sabido e de um grau exato daquilo que é novo. O bom mestre é um artista que deve saber combinar conhecido e desconhecido e na medida que é a própria lição.Entender que o desenvolvimento está na própria medida nos faz entender muitas coisas neste vida.

As coisas só são boa em dada medida.Nada do que seja vital o é em carência ou exagero.A sensação de que fazemos mais(muitas coisas ao mesmo tempo), ao realizar várias tarefas ao mesmo tempo é uma ilusão;assim como o sistema elétrico se sobrecarrega quando ligamos vários aparelhos ao mesmo tempo.
Um antigo ensinamento do deserto diz que, quando a carga ameaça tombar do lombo de um camelo, basta uma pessoa para endireitá-la.Uma vez que tombe, serão necessárias 4 ou 5 pessoas. O “tombamento” reflete uma saturação que modifica as escalas de impacto e consequências.

Saber o tamanho das coisas e conhecer a natureza das medidas é uma inteligência fundamental.
Devemos aprender que saúde e equilíbrio significam medidas. O que é demais é sempre mais custoso e destrutivo.
”Quanto mais apego, mais perda; quanto mais respostas, mais dúvidas; quanto mais poder , mais preocupação”.
Livro:Fronteiras da Inteligência/ Nilton Bonder

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

SENSO DE PROPÓSITO PARÁBOLA CHINESA
”Um homem tinha um belo cavalo cobiçado pelo vilarejo. Ofereceram-lhe uma boa soma para comprá-lo. Ele não aceitou. Passados alguns dias, o cavalo fugiu de seu cercado e desapareceu. Os vizinhos comentaram com o homem:”Teria sido melhor vendê-lo!
O homem reagiu:”Pode ser que sim, pode ser que não”.
Certa noite , o cavalo retornou e, como havia se tornado líder de uma manda selvagem, com ele vieram também duas dezenas de outros cavalos.
Os vizinhos comentaram:”Você fez bem em não vende-lo!” O homem respondeu:”Pode ser que sim, pode ser que não”.
Certo dia, o filho deste homem foi montar o dito cavalo.Caiu, fraturou a bacia e ficou por mais de seis meses em repouso absoluto.
Os vizinhos comentaram:””Teria sido melhor vender o cavalo!”. O homem retrucou:”Pode ser que sim, pode ser que não”!
Eclodiu uma guerra na região e todos os jovens foram convocados com exceção do filho deste homem, que estava se restabelecendo de suas fraturas.Dessa guerra sangrenta, poucos retornaram com vida e raros foram os que não tiveram alguma seqüela física dos ferimentos. Os vizinhos comentaram:”Você fez bem em não vender o cavalo” Ao que o homem respondeu:”Pode ser que sim, pode ser que não”!.


Senso de propósito tenta ordenar o mundo-é um desejo de controle.
Não temos controle sobre o que nos acontece, o que podemos controlar e mudar é a nossa visão ou que fazemos com o que nos acontece.
A maior fonte de nossos sofrimentos está em tentar entender o “porquê”.
Os porquês é um lençol curto. Aceitar que as coisas podem acontecer conosco e que a vida deve ser vivida à partir de uma perspectiva do “porque não?” é fundamental.
Porque não, não é ausência de propósito mas é o propósito espiritual- o da penumbra.
São das quedas e dos contratempos e das perdas do controle que adquirimos controle.
Fonte:livro de Nilton Bonder/Fronteiras da Inteligência

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

foto:Eliete Cascaldi

Certas coisas
Certas coisas
não se podem deixar para depois.
Muitos poemas perdi
pensando: "depois escrevo","
agora estou almoçando"
ou "consertando a porta".
Assim, adiei - perdi
o melhor de mim.
Certas coisas não podem deixar para depois,
e nisto incluo; frutos no galho,
mudanças sociais,
certas coxas e bocas
e esta manhã que se esvai.
Certas coisas
não podem deixar para depois.
O amor não se adia
como se adiam o imposto,
a viagem, a utopia.
O desejo sabe o que quer,
detesta burocracia.
Feito depois, o amor
é murcha lembrança
do que, não - sendo, seria.
Certas coisas
não podem deixar para depois,
Como o amor
e as pessoas,
não se pode recuperar a poesia.
Autor: Affonso Romano de Sant'Anna

quarta-feira, 23 de setembro de 2009


Quem é louco?
(
Gisele Torres)

Ele que ouve vozes ou você que não ouve ninguém?
Ele que vê coisas, ou você que só se vê?
Ele que diz o que pensa ou você que não pensa para falar?
Ele que diz ser rei ou você que se acha um e não diz?
Ele que não estabiliza o humor ou você que finge ser estável?
Ele que cria neologismos ou você que não sai das estereotipias?
Ele que tem fuga de idéias ou você que não abre mão das suas?
Ele que não dorme à noite, ou você que dorme durante toda a sua vida?
Ele que tenta se matar ou você que se mata todo dia?
Enfim, quem é louco?
Ele que não se mascara ou você que não tira a máscara e vive na fantasia?
Quem é louco?
Tire a sua máscara antes de se perguntar!

domingo, 20 de setembro de 2009

QUANDO O SILÊNCIO FALA MAIS ALTO
Palavras seduzem, palavras explicam.
Palavras deixam suas marcas para sempre em nossas almas. Podem nos ferir, como podem nos levantar.
Adoro entrar no reino das palavras e nele navegar.
Palavras inspiram, palavras expiram. Palavras sopram seus aromas que ficam impregnados em nossos corações. Palavras azedam relações.
Mas em certos momentos mil palavras não dão conta do momento e o melhor então é sem palavras. É quando o silêncio fala mais alto.
O silêncio fala mais alto quando vem acompanhado de um abraço forte que aninha nosso coração em outro coração.
O silêncio fala mais alto quando as lágrimas e a dor se fazem intensas,assim é preciso calar-se para escutar o lamento.
O silêncio fala mais alto quando vem acompanhado de um grande sorriso,
que deixa aberta todas as formas de entendimento e aceitação.
Frente a imensidão do universo, e frente a todas as imensidões de sentimentos e experiências o silêncio fala mais alto.
Palavras são lindas, palavras são doces, palavras são tantas e tão pouca para expressar os desejos da alma.
Alma que quer se revelar, se rebelar, ser entendida .
O silêncio fala mais alto e machuca ,quando esperamos uma palavra de conforto ou de incentivo e nada vem do outro.
O silêncio fala mais alto e machuca , quando vem acompanhado de um olhar de reprova ou de curiosidade.
O silêncio é bem-vindo em momentos intensos, decisivos; só ele pode acalmar e afugentar o medo que nesses momentos as palavras trazem.
O silêncio é precioso quando precisamos entrar em nosso interior e ali ficar para nos conhecer.
Há momentos em que é preciso silenciar e há momentos que é preciso falar, o que não dá é não compartilhar. Quiçá nunca venhamos a nos culpar pelas palavras não ditas e pelos silêncios não feitos.
Eliete Cascaldi / setembro/2009

sábado, 19 de setembro de 2009

Aconteceu ontem, aqui em Jaboticabal, a primeira apresentação do "Cinema e Psicanálise" , projeto que há dez anos é realizado em Ribeirão Preto.O filme escolhido foi o francês “Ele é tão bonito”,e o debate foi coordenado pela Dra. Denise Lopes Rosado Antônio, psiquiatra e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto. Foi realmente uma noite especial. Dra. Denise foi brilhante em sua reflexão e todos que ali estavam realmente sentiram-se à vontade, para colocarem suas ideias.
Parabenizo a psicóloga Carla P. Bellodi que juntamente com o psiquiatra, Júlio César Labate tiveram a iniciativa de trazer esse trabalho para a nossa cidade, assim como, quero expressar a alegria de fazer parte desse grupo , que conta também com Cláudia Rezende e Karina Cestari, psicólogas aqui em Jaboticabal.
Deixo também o convite para visitarem o site :


"A arte é a Gata Borralheira, que ficou em casa porque teve que ser".
Livro de Desassossego/Fernando Pessoa

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gente aconteceu mesmo! Dá para acreditar?
Triste, lamentável, revoltante...
recebi por e-mail e penso que é importante manifestar também minha indignação.
PROTESTO EM NOME DE TODOS OS ASSOCIADOS CRISTÃOS DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE ARARAQUARA

Fiquei muito triste ao ouvir hoje pela Rádio Cultura que por determinação do presidente da Beneficência Portuguesa, estão sendo impedidos os padres, ministros e demais servidores do Senhor, a levar alimento espiritual ao doentes internados naquele hospital.Queria lembrar ao Sr. Dr. Fábio Donato Santiago, que também determinou em 1998 a Lei de nº 9.965, que garante o direito do doente ter assistência espiritual no seu leito,onde sua enfermidade o impede de ir buscar esse alimento,sem citação de dias ou horários,lembro também ao senhor, que seu hospital atende a um número muito heterogêneo, e que esse associado pode, e vai lutar pelo direito que lhe assiste,já que muitas vezes devido a burocracia que emperra o sistema, ele tem sua voz calada,mas nessa caso onde o senhor está decidindo por eles, tolhendo sua vontade de ter ajuda reconfortante dos padres pastores, ou pessoas preparadas por suas pastorais de irem até eles, em horários que lhes sejam possíveis, pois aqui abro um parênteses ( ELES SÃO SEMPRE VOLUNTÁRIOS).Tornando difícil organizarem-se de acordo com sua determinação.Quero acreditar, que o senhor refletirá e voltará atrás, nessa impensada determinação, uma vez que penso eu , ela partiu apenas e tão somente do desejo de achar que em horários de visita o paciente seria melhor atendido, mesmo em detrimento da redução do horário já tão apertado para os familiares,faço aqui uma proposta para que sejam ouvidos também, toda diretoria, funcionários de associados,para depois sim o senhor fechar discussão.Outra pergunta que não quer calar,da informação que nos chegou,quanto a retirada do Santíssimo da capela, e dispensa de todas as irmãs de caridade deste hospital.Aguardamos seu pronunciamento,para que sejam feitos todos os esclarecimentos.Que possa a Paz de Jesus reinar em nosso corações.
From: Ana Lucia Scabello Volpe
Sent: Sunday, September 13, 2009 10:23 PM
To: undisclosed recipients:
Subject: Enc: PROTESTO CONTRA BENEFICENCIA
esse manifesto também foi postado no site abaixo :

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"FAÇO PAISAGEM COM O QUE SINTO"...
Livro do Desassossego/Bernardo Soares)

“A paisagem é um estado de alma”

Tristeza é o lusco-fusco do crepúsculo.

Alegria é beija-flor batendo suas asas sobre uma flor.
Orgulho é penhasco do qual faço tudo para evitar.
Vergonha é um buraco profundo e escuro.
Solidão é um riacho que parece calmo, mas que busca
onde desaguar.
Ansiedade são dunas imensas que provocam arrepios.
Medo é o mar que a gente perde de vista.
Saudade é pegada na areia que a gente tenta acompanhar.
Felicidade é um quarto amplo e arejado.
Paixão é orvalho numa flor.
Amor é um tesouro escondido num canteiro de flor.
Inveja é fogo queimando árvores e plantações.
Ciúme é gente entulhando tesouros.
Raiva é uma pedra de tropeço no caminho.
Mágoa é bica pingando água poluída.
Compaixão é uma paisagem feita a quatro mãos.

escrito em março/09

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Esta história começa há muito tempo,
há 5 bilhões de anos, mais ou menos. Perdida no espaço, nos confins de uma galáxia qualquer, uma gigantesca nuvem de hidrogênio flutuava calmamente, girando em torno de si mesma. Perto dela, se é que dezenas de anos-luz podem ser considerados "perto", uma estrela já bem velha, com mais de 1 bilhão de anos, começou a entrar em pane.

A energia que essa estrela fabricava nas suas entranhas já não bastava para contrabalançar a sua ânsia de implodir, como ordena a gravidade, essa força que nunca dorme. A estrela, enorme, começou a pulsar violentamente e, após muitas convulsões, explodiu com uma violência tremenda, expelindo suas entranhas pelo espaço.
Nelas, estavam os vários elementos químicos que hoje organizamos na tabela periódica, do hidrogênio e hélio ao carbono, oxigênio, ferro e urânio. Essa poeira estelar, empurrada pela força da explosão, viajou pelo espaço afora, até se chocar com a nuvem de hidrogênio, aquela que, até então, flutuava calmamente.

A nuvem, perturbada pela onda de choque, entrou em colapso, semeada por todos os elementos químicos que haviam sido forjados na estrela já defunta. Aos poucos, a matéria dessa nuvem foi se concentrando no plano equatorial, feito uma grande pizza. No meio dela, nascerá o Sol. Ao seu redor, vão se formar os planetas, recheados de átomos de carbono, oxigênio, nitrogênio, ferro... Os mais próximos ao Sol, onde é mais quente, serão planetas rochosos, como a Terra e os seus vizinhos, Marte e Vênus, e o pequenino Mercúrio. Os mais distantes, onde é mais frio, coletam também muito hidrogênio e hélio e crescem muito, virando os planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Na Terra, a presença de água líquida e de uma atmosfera agitada e repleta de gases permite que compostos químicos, feitos principalmente de carbono, comecem a marcha em direção à vida. São eles, os ditos compostos "orgânicos", que vão se tornar parte dos primeiros seres vivos e de todos os seus descendentes. Inclusive nós, humanos. Especial, essa Terra.

Com uma grande Lua circulando ao seu redor, seu giro em torno de si mesma, como o de um pião, fica equilibrado em um ângulo de 23,4. Caso não houvesse Lua, não teríamos esse equilíbrio e não teríamos as estações do ano e a presença constante de água líquida. É difícil imaginar vida complexa aqui sem o calor moderado e a água.

Pois as temperaturas amenas da Terra propiciam as reações químicas que levam simples átomos de carbono a se combinar com mais átomos de carbono, de oxigênio, de hidrogênio, de fósforo e de nitrogênio, formando as moléculas da vida, as proteínas e os ácidos nucleicos. Tudo isso, claro, usando o carbono forjado naquela estrela que morreu e nos cedeu suas entranhas, nossa vizinha cósmica.

Esse carbono é o fundamento da vida. Todos os seres vivos, todas as células contêm esse elemento. Depois da água, somos essencialmente feitos de carbono. Parte desse carbono é continuamente reciclada, passando de animal a animal, de planta a animal e de animal à planta: das escamas de um peixe às folhas de uma samambaia, das asas de uma borboleta ao seu nariz. Cada um de nós carrega consigo alguns dos átomos de carbono que, outrora, pertenciam aos nossos distantes ancestrais que viveram há bilhões de anos, seres que hoje nos parecem primitivos e exóticos.
Temos, em nossas células, restos de algum tiranossauro ou pterossauro, de uma ameba primordial, de uma libélula extinta. No ciclo do carbono, uma estrela é a mãe de todos e a vida inteira é uma grande família, unida pela química que nos permite existir.
Marcelo Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 13-09-2009.
"Jamais conheceremos o Senhor da vida se não sabemos o que é a vida. Pois atrás da vida está Deus, a única potencia criadora capaz de trazer a existência uma nova realidade". (autor desconhecido)

sábado, 12 de setembro de 2009

Escolas de compreensão humana
Edgar Morin (A cabeça bem-feita)

"Literatura, poesia, cinema, psicologia, filosofia deveriam convergir para tornar-se escolas da compreensão.
A ética da compreensão humana constitui, sem dúvida,uma exigência chave de nossos tempos de incompreensão generalizada: vivemos em um mundo de incompreensão entre estranhos,mas também entre membros de uma mesma sociedade, de uma mesma família, entre parceiros de um casal, entre filhos e pais".

"Cada um deve estar plenamente consciente de que sua própria vida é uma aventura, mesmo quando se imagina encerrado em uma segurança burocrática; todo destino humano implica uma incerteza irredutível, até na absoluta certeza, que é a da morte, pois ignoramos a data. Cada um deve estar plenamente consciente de participar da aventura da humanidade, que se lançou no desconhecido em velocidade, de agora em diante, acelerada".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um texto muito bom de Arnaldo Jabor.

foto:Eliete Cascaldi
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão" .Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
foto:Eliete Cascaldi
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
foto:Eliete Cascaldi
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessáriamente ter que depois mostrar performances sexuais dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

foto:Eliete Cascaldi
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!". Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

foto:Eliete Cascaldi
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?

foto:Eliete Cascaldi
Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.

imagem da internet
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele.Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida.

imagem da internet
Antes idiota que infeliz!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Saudade
Almir Sater
Se queres compreender o que é saudade
Terás antes de tudo compreender
Sentir o que é querer e o que é ternura
E ter por bem um grande amor viver
Então compreenderás o que é saudade
Depois de ter vivido um grande amor
Saudade é solidão melancolia
É nostalgia, é recordar, viver
Saudade é solidão melancolia
É nostalgia, é recordar, viver

O que foi, já passou...
mas não passou dentro de mim
o frenezi ao atravessar as banguelas da cidade,
a alegria de andar na escada rolante,
o primeiro beijo,
o primeiro sundae de morango,
o primeiro salto alto,
o friozinho na barriga ao descer a serra do mar e avistar o mar de Santos,
o medo de pincelar a garganta,
a decepção por não ter sido vestida de anjo nas procissões para Maria,
as vésperas do natais
o gostinho da bala de cevada,
o grito do Tarzan,
os carnavais e suas músicas maravilhosas,
a dificuldade de jogar pião e vê-lo rodar,
jogar amarelinha,pular corda,brincar de esconde-esconde.
ficar ouvindo música e namorando nos bancos da praça,
as torturas em sentar com os saiotes de barbatanas,
dos amigos de colégio e da faculdade,
da minha infãncia ,
a emoção ao chegar do colégio e ter uma carta do namorado em cima da cômoda me esperando...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,Cássia e Cazuza,Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz......
De tudo
Inclusive de notar essas diferenças
Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 6 de setembro de 2009

7 DE SETEMBRO: INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
De Primeiros cantos (1847)
Gonçalves Dias

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ONTEM ANTES DE DORMIR,
ao fechar a janela do quarto , olho para o céu e deparo-me com uma lua maravilhosa.
Lá estava ela, bem no alto: imponente, clara, plena de beleza e iluminando a escuridão.
O céu com seu negrume entregava-se apaixonado `aquela presença única e radiante.
Percebendo a magia daquele momento senti-me por alguns segundos um pouco envergonhada pois tive a impressão de que não deveria olhar aquele encontro amoroso, aquele enlace celestial. Mas não me contive e, como um voyeur corri para fora seduzida pela beleza da lua que tão generosa ou tão exibida-não sei - mostrava-se em um branco total e arrasador.
Quis ouví-la, decifrá-la, interrogá-la, para entender de onde provinha tanta força, tanta luz, tanta majestade em simplesmente “ser”.
Ali fiquei por um tempo quase que hipnotizada. A sensação era que o mundo havia parado, assim como eu, e em silêncio absoluto vivíamos aquela apresentação extasiados.
Aos poucos, ela foi se distanciando, ficando menor, despedindo-se gradativamente e um véu de nuvens brancas vieram ao seu encontro, encobrindo-a como manto, talvez, para que ela pudesse descansar.
Ontem antes de dormir presenciei algo sublime, divino, e ao deitar minha cabeça no travesseiro, fechei os olhos , dormi serenamente e sonhei que era uma linda lua prenha de estrelinhas que saiam radiante do útero de sua mãe e formavam um lindo tapete pelo céu para que Deus pudesse pisar
.
escrito por Eliete Cascaldi Sobreiro


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Brasil - As raízes da paz e da justiça
Marcelo Barros
artigo publicado no site:
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=40804
Em plena Semana da Pátria, Goiânia se torna centro de atenções do mundo todo, não por causa de algum desfile militar, ou uma exaltação nacionalista e sim porque, nestes dias, se torna sede do 2º Festival Mundial da Paz. De 04 a 07 de setembro, pessoas vindas de todo o mundo se reunirão no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia para celebrar a Paz, como objetivo sagrado que congraça todos os seres humanos em uma sociedade nova e um estilo de vida sustentável e feliz.

Quando se fala de paz, logo se pensa na paz interior, equilíbrio profundo do espírito e estado de "amorização" que põe o ser em sintonia com todo o universo. As tradições espirituais antigas ensinam que esta conquista do coração depende também da paz social, capacidade de construir nas relações pessoais e na sociedade uma cultura de justiça e solidariedade. O Conselho Mundial de Igrejas que reúne 340 confissões cristãs diferentes define este objetivo como "Paz, Justiça e Integridade do Universo".
Esta é a visão do 2º Festival Mundial da Paz, coordenado por uma maravilhosa equipe de educadoras e de pessoas espirituais, que não só pregam o tema da paz, mas o vivem no cotidiano de suas vidas e de seus trabalhos. Já na manhã da sexta-feira 04 de setembro, a Caminhada Mundial da Paz sairá da Praça do Trabalhador e ao chegar na Praça Cívica se realizará o grande Abraço da Paz sobre a cidade e o mundo. Esta caminhada acolherá a tocha da Paz que, durante este tempo anterior ao Festival, percorreu várias cidades. Assim, uniu muita gente sedenta de paz e justiça em nossa região e no mundo.
O Festival contará com a organização de muitas palestras, fóruns, mesas redondas, eventos e shows já confirmados. O 11º Congresso Holístico Internacional, a ser realizado dentro do Festival, terá como tema o celebrar de uma nova consciência e a opção de uma cultura de paz e sustentabilidade planetária.

Em cidades importantes como Florença e Pisa, universidades públicas mantêm cursos de "ciências para a Paz". Ali, as pessoas aprendem a pensar a economia, a sociologia ou a diplomacia internacional, a partir da opção pela paz e em vista da paz. Estes cursos representam passos importantes na construção de uma sociedade nova. Sem justiça internacional e sem uma ciência respeitadora da vida e da solidariedade, a paz não é possível. Entretanto, de nada adianta uma árvore frondosa e florida, se as raízes não estiverem sadias. A raiz deste problema é o que chamamos de "mística da paz", cultura do cuidado amoroso com a vida, nossa e dos outros. Trata-se de um aprendizado de convivência solidária com todo ser humano e com as sociedades, assim como com a terra e todos os seres vivos. Esta atenção da vida doada nos compromete em uma verdadeira peregrinação às fontes mais profundas do nosso próprio eu, na descoberta e aprofundamento de uma forma de amor mais altruísta, no qual cada um se descobre à medida que se abre ao outro e à vida.

Neste longo aprendizado, as tradições religiosas e espirituais podem ajudar muito. Desde os caminhos espirituais mais antigos, o amor à Paz e o cuidado com ela, se revelam como métodos eficazes de intimidade com o Mistério divino, presente em nós mesmos e atuantes na realidade do mundo. As tradições afro-descendentes falam do Axé, energia vital que nos põe divinizados, quando o acessamos. As tradições indígenas a descobrem no cuidado e na veneração da natureza. O Islã chama a paz de "misericórdia". É um atributo divino que o ser humano alcança pela justiça e bondade com seus semelhantes.
Na Bíblia, Shallom é um conceito básico da aliança de intimidade com o Divino. Comumente se traduz por paz, mas pode significar saúde, bem-estar, alegria e amor. É uma plenitude de vida que se encontra na solidariedade e na justiça social, assim como no cuidado atencioso consigo mesmo e com todo o universo, criação divina. Nesta espiritualidade ecológica, somos chamados a, junto com a Sabedoria Divina, brincar e dançar diante da natureza que resiste, renasce e se rejuvenesce (Pv 8, 22).
O Evangelho de Mateus nos diz que Jesus Cristo nos chama a ser "pessoas construtoras da paz" (Mt 5, 9), bem-aventuradas por fazerem o que Deus faz. Entretanto, esta força ou capacidade não vem de nós mesmos. Nós a recebemos do alto. Por isso, cada vez que Jesus ressuscitado se manifesta aos seus, a primeira palavra é sempre "paz para vocês" (Cf. Jo 20, 19- 23).

O Festival Mundial da Paz durará quatro dias, mas precisa ser enraizado no coração de cada pessoa, para desabrochar em uma convivência baseada na colaboração e não na concorrência e na competição de uns contra os outros. A paz se realizará progressivamente na construção social e política de uma sociedade mais justa e igualitária. Só assim, como dizia o profeta Isaías:

"a paz se estenderá sobre o mundo, como uma torrente transbordante. A alegria de todos se concretizará. Então, toda pessoa se sentirá acariciada no colo e tratada como uma mãe trata seus filhinhos. Assim, vocês receberão consolação e força" (Cf. Is 66, 12 - 14).
* Monge beneditino e escritor

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Marcha da Vida
Em 1 de setembro de 1939 foi declarada a Segunda Gerra Mundial.O Holocausto foi o extremo do ódio à uma raça.Uma loucura , uma vergonha para todos os seres humanos.
Hoje estamos lembrando os 70 anos dessa barbárie, para que fiquemos sempre alertas das atrocidades cometidas por alguns seres humanos.
A Marcha da Vida Internacional é um evento que reúne 10.000 pessoas de diversas partes do mundo que perfazem o caminho entre os campos de Auschwitz e Birkenau, na mesma trilha da marcha da morte feita pelos prisioneiros. A Marcha é realizada em Yom Hashoá, dia de lembrança às vítimas do holocausto. A caminhada faz parte de uma viagem, dividia em duas etapas:
1) Polônia, onde são visitados os locais onde a vida comunitária judaica acontecia antes da Segunda Guerra, os campos de concentração e de extermínio. É nesse momento que ocorre a Marcha propriamente dita.
2) Israel, com passeios turísticos e celebração de Yom Haatzmaut, Dia de Independência de Israel. O Programa respeita a kashrut e o shabat. http://www.marchadavida.org.br/novo/marcha.html

A MVB (Marcha da Vida Brasil) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos e independente, comprometida em manter acesa a chama da memória das vítimas da barbárie nazista.

http://br.olhares.com/campo_de_concentracao_em_auschwitz_foto2464437.html

Márcio Pitliuk escreveu o livro " Marcha Para Vida " com fotografias de Márcio Scavone, editora:PitCult. vale a pena conferir.
'Marcha para Vida' traz histórias de sobreviventes do Holocausto
Documentário brasileiro retrata trajeto pelos campos de concentração de Varsóvia até Auschwitz-Birkenau .

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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