quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Para uma cultura do Concern

Reflexão escrita por Frei André Luís Tavares da Ordem dos Pregadores- "Dominicanos" (à convite)
A vida só ganha sentido quando percebemos (e não quando "temos absoluta certeza")que existe um Amor maior que nos ama, e que quer nossa felicidade.
Como o Amor exige partilha, não é algo que possa viver isolado em si, é claro que ele quer se comunicar a nós. Tomás de Aquino,uma das mentes mais bilhantes do século XIII, afirmava que nós cristãos chamamos este Amor de Deus.
O mesmo Tomás, que muito deve a outro gênio da Antiguidade, Aristóteles, vai-nos repetir o que o filósofo grego afirmava sobre uma origem de tudo:

Aristóteles afirmava existir um "motor imóvel", do qual tudo emanasse (os textos bíblicos, com uma outra linguagem,mais concreta, própria do pensamento semita, falarão de "fonte de vida"-cf.Sl 36,9,entre outros). Tomás identificou este primeiro motor, que faz com que tudo tenha movimento, com o Amor, que nós cristãos chamamos Deus;o próprio termo grego para "motor imóvel" nos explica o porque desta identificação: não se trata de um motorzinho que faz com que as coisas funcionem todas, não é a analogia de uma armadilha engenhosa ou de uma máquina,mas sim algo que atrai tudo para si. Logo, se este "motor imóvel" é o Amor, ele mesmo atrai todas as coisas para si, e todos somos atraídos pelo Amor.É próprio do Amor nos atrair.
A partir desta análise, gostaria de identificar vocação: é uma atração para o Amor.Estar vocacionado é estar apaixonado, e isto podemos afirmar com certeza. mas a paixão pelo Amor por exelência, por Deus mesmo, é uma paixão serena, que produz uma alegria serena.

Frei André Luis afirma : "para poder amar o Amor, descobri que este Amor chama a cada um de modo específico, de acordo com as graças de cada um, e quer que sejamos felizes no seu serviço".

No dia 11 de julho deste ano, Frei André decidiu dedicar toda a sua vida a Deus dentro deste modo de vida, inspirado e idealizado por São Domingos.

"Em um mundo de palavras fáceis e volantes, entrei na aventura de firmemente pronunciar um sim certo ao único Absoluto".

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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