sábado, 9 de maio de 2009

MÃE
A mulher segura sua filha no colo e a olha com ternura. A criança deve ter uns dois anos e dorme tranquilamente. Sua face expressa entrega e serenidade.
Lembro-me do personagem do livro "Terra dos Homens "de Saint-Exupéry que ao
ver uma criança dormindo no colo da mãe, inclina-se e diz: “eis a face de um músico, eis Mozart criança, eis uma bela promessa de vida.”
Agora me recordo de ter visto nos noticiários, muitas mães com seus filhos no colo, nas filas dos prontos-socorros esperando receber cuidados médicos, ou correndo atrás de um caminhão que fará entrega de alimentos, e outras tantas enterrando os filhos mortos por balas perdidas.
Vejo mulheres guerreiras tão maltratadas e que mesmo assim não desistem de viver.
Novamente a fala do personagem do livro me vem à mente:
“as sopas populares não remedeiam. O que me atormenta não são faces escavadas nem essas feiuras. É Mozart assassinado, um pouco, em cada um desses homens”.
Hoje, o número de mulheres que encabeçam as famílias brasileiras com os seus salários é cada vez maior, assim como as exigências feitas não param de crescer: ser dinâmica, inteligente, bela, sensual, companheira do marido, mãe dos filhos, mãe dos pais e tantas outras tarefas.
A mulher afasta-se assim cada vez mais da sua essência, e, consequentemente passa a apresentar mais problemas na sua saúde física e emocional. A humanidade também se faz cada vez mais deserto e sem sombra-colo para despertar no rebento uma bela promessa da vida.
No dia dedicado às mães, deveríamos não só sair às compras e sim refletir como mudar tudo isso, de tal forma que as mães possam gerar seus “ Mozart “, e serem mais valorizadas pela função maternal , que é a maior e mais sublime tarefa da vida.
escrito em maio/2008

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Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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