quinta-feira, 12 de março de 2009

Os menores e a sociedade Simone de Beauvoir conta a seguinte história: havia uma mulher que era muita maltratada pelo seu marido,então arranjou um amante,a cuja casa ia uma vez por semana.Para visitá-lo, tinha de atravessar um rio.Podia fazê-lo por barca ou por uma ponte. Na vizinhança havia um conhecido assassino fugitivo,motivo pelo qual a mulher evitava ir pela ponte.Um dia demorou-se mais do que de costume.Quando chegou ao rio, o barqueiro não quis levá-la, alegando que que seu horário de trabalho havia encerrado.A mulher pediu ao amante que a acompanhasse até a ponte,mas este recusou, dizendo que estava muito cansado. A mulher resolveu arriscar e o assassino a matou.
Simone pergunta: quem é o culpado? O barqueiro burocrata? O amante negligente? A própria mulher, por ser adúltera? E comenta:
"Em geral, as pessoas culpam um desses três,mas ninguém se lembra do assassino.Écomo se fosse normal um assassino assassinar".
A reflexão é a seguinte: Devemos reduzir a idade de responsabilidade penal para fazer imputáveis jovens a partir de 16 anos aqui no Brasil?
Para o juiz de Direito da Infância e da Juventude em São Paulo, Dr.João Batista Saraiva, "A questão da responsabilização do adolescente infrator e a eventual sensação da impunidade que é passada para a opinião pública não decorre do texto legal nem da necessidade de sua alteração".

Como no caso do homicídio da mulher adúltera, discute-se ,de acordo com o juiz, o crescimento da violência infantil-esquecendo-se de que tem como causas desemprego, miséria, desagregação familiar, deseducação.
Não se fala do verdadeiro vilão:"A ausência de comprometimento do Estado e da sociedade com a efetivação das propostas trazidas pelo ECA".
Concordo com Dr. João Batista; enquanto o governo não levar a sério a questão da educação em nosso país, enquanto não executar as medidas socioeducativas previstas na lei, a violência de jovens e adolescentes estará aumentando. E não será a redução da lei penal que irá resolver o problema.
fonte de pesquisa:Folha de São Paulo/Data Venia/Os menores e a sociedade/João Batista Saraiva, 1997.
A MEDIDA DO HOMEM
JULIAN MARÍAS
O sofista Protágoras afirmava:"O homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são".
Em seu livro Biografia de uma Filosofia, o filósofo Julian Marías comenta minuciosamente essa passagem e tenta indagar o seu significado.Protágoras falava das "Kherêmata"-o sentido das coisas, dos "assuntos" de que os homens se ocupam.São os homens que dão o valor às coisas, descobre o que elas "são" ou "não são", enfim são os homens que lhes dá a sua "medida".
No entanto, nossa época inverte a visão de Protágoras.Agora passamos a entender o homem a partir das coisas, a medi-lo por elas.
Julian Marías indaga quando se inicia e por quê isto aconteceu.
Desde o século XVII e mais enfáticamente no século XVIII, se acentua o empirismo.
Julgam-se as épocas, as formas de vida, os países pelo seu número, por sua riqueza, por seus recursos, e não pelo que o homem faz com isso.
A suma pobreza que não se reflete em estatística alguma é o homem que não sabe de onde vem e o que aconteceu com ele antes de nascer.O que verdadeiramente conta e que não é registrado em PIB algum é o que o homem faz com a sua superdotação, com sua capacidade de amar, ou o que ele esquece de fomentar e cultivar.
Se utilizássemos como medida de julgamento de uma época pelo seu número, pela sua riqueza, por seus recursos, a Grécia, entre Homero e Aristóteles seria uma insignificância.
Para Julían Márias "a visão estatística da realidade introduziu uma incalculável deformação de perspectiva, precisamente por supor que se pode reduzi-la ao calculável.
fonte:O Estado De São Paulo/Espaço Aberto/Julían Marías, filósofo/24 de agosto de 1997
Julío Marías faleceu em 2005 aos 91 anos.
Encontrei esta matéria "A REGRA ÁUREA" em um blog e pensei em fazê-la circular por achá-la interessante.
A REGRA ÁUREA
Interessantes analogias…
CRISTIANISMO "Faça ao teu próximo somente o que gostaria que lhe fizessem."

JUDAISMO "Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso."

CONFUCIONISMO "Não faças aos outros aquilo que não queres que eles te façam."

HINDUISMO "Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor."

TAOÍSMO "Considera o lucro do teu vizinho como teu próprio, e o seu prejuízo como se também fosse teu."

ZOROASTRISMO "A Natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos."

BUDISMO "De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto à sua palavra."

JAINISMO "Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos."

SIKHISMO "Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu."

ISLAMISMO "Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo."
Fonte.
http://gueiesha-euzinhaeuzinha7.blogspot.com/










Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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