domingo, 15 de fevereiro de 2009

Exclusão


O Evangelho (Marcos 1,40-45) deste domingo relata o encontro do leproso com Jesus. O homem de joelhos, pediu:"Se queres, tens o poder de curar-me".Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse:"Eu quero:fica curado!"No mesmo instante, a lepra desapareceu e ele ficou curado.
Este ensinamento ainda não conseguimos aprender: Não discriminar, não excluir pessoas, segundo critérios que consideramos certos, verdadeiros, bons ou maus.
Escrevi um artigo para o jornal da APAE de Jaboticabal em 2007, que continua atual ,e portanto postarei aqui.


NO PAÍS DAS JOANINHAS
Guardo há algum tempo o livro “Uma Joaninha Diferente” de Regina Célia Melo, das edições paulinas.
É a história de uma joaninha que por nascer sem bolinhas, foi rejeitada por seu grupo.
Inconformada com a exclusão busca a ajuda do besouro preto, e junto arquitetam um plano.
Pedem ao pássaro pintor que pinte bolinhas no corpo do besouro e então saem ao encontro das joaninhas.
Chegando ao jardim o besouro é bem recebido por elas que nada percebem.
A joaninha sem bolinhas pede então um minuto de atenção e apaga a pintura do corpo do besouro e pergunta: Qual é a verdadeira joaninha?
A história nos fala das reações frente às diferenças; da dificuldade que temos em assimilar e aceitar o diferente.
Como diz Caetano Veloso: ”... narciso acha feio o que não é espelho”.
O lamentável nessa história e em nossas vidas é o comportamento de exclusão e rejeição frente ao diferente, de tudo aquilo que sai dos padrões tido como “normais”.
Somos orientados frequentemente a acreditar em procedimento “tamanho único” no que diz respeito às pessoas, esquecendo e deixando de apreciar aquilo que é único em cada ser humano - a sua singularidade.
Quantos casos de depressão, anorexia, bulimia, obesidade, ou tantas outras doenças modernas poderiam ser evitados se não houvesse padrões tão redutíveis.
Assim tem sido com as deficiências.
A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema: “Fraternidade e Pessoa com Deficiência” e como lema: “Levanta-te, vem para o meio!” (Mc 3,3) . È, pois um bom momento para perguntar tal como fez a joaninha.Qual é a verdadeira deficiência?
Frequentemente entendemos deficiência como doença, imperfeição, defeito ou mesmo incapacidade.
Assim como não é correto entender a deficiência como doença, também não é possível entendê-la como uma imperfeição ou defeito, uma vez que não existe perfeição ou ausência total de defeitos em qualquer ser humano.
A deficiência também não necessariamente leva a incapacidade. Algumas deficiências têm como consequência a incapacidade para alguma habilidade específica, mas não podemos esquecer que as incapacidades geradas por uma deficiência muitas vezes são maiores devido a uma situação de desvantagem do meio paras as diferenças existentes.
Pode ocorrer também de existir a falta ou a perda de alguma estrutura física e a pessoa não ser deficiente, como acontece com a joaninha da nossa história.
Daí a necessidade de prestar atenção ao uso de determinados conceitos.
A exclusão que se manifesta como preconceito, ignorância, insensibilidade ou mesmo sentimento de piedade, é a que provoca maior dor .
Lembremos que para a deficiência que compromete o corpo há tratamento, mas para aquilo que machuca a alma o dano é irreversível.
Vamos acordar e refletir : Qual é a verdadeira deficiência?




QUE A ACEITAÇÃO DAS DIFERENÇAS NÃO SEJA UM CONTO DE FADAS


QUE A DIFERENÇA SEJA UM DIFERENCIAL

É POSSÍVEL VIVER JUNTOS SE AS DIFERENÇAS VIEREM PARA SOMAR!

QUE A DIFERENÇA POSSA DESABROCHAR E SER ADMIRADA
PENSE : O QUE CABE NO SEU TODO?

As ideias voam além mar e Ana Paula é um belo presente.
Obrigada pela palavras de incentivo. Seu blog é muito lindo.
Nilza quero lhe agradecer também por sua participação,valeu!

Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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