sexta-feira, 26 de junho de 2015




Pois versos não são, como as pessoas imaginam, sentimentos (a esses, temos cedo demais) –
são experiências. E por causa de um verso é preciso ver muitas cidades, pessoas e coisas, é
preciso conhecer bichos, é preciso sentir como voam os pássaros, e saber com que gestos
flores diminutas se abrem ao amanhecer. (...) E também não basta ter recordações. É preciso
saber esquecê-las, quando são muitas, e ter a grande paciência de esperar que retornem por si.
Pois as lembranças em si ainda não o são. Só quando se tornarem sangue em nós, olhar e
gesto, sem nome, não mais distinguíveis de nós mesmos, só então pode acontecer que numa
hora muito rara brote do meio delas a primeira palavra de um poema.
Rainer Maria Rilke
Os cadernos de Malte Laurids Brigge

Apontadora de Idéias

Minha foto
São Paulo, Brazil
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

Arquivo do blog