“Te quero verde...”
Na esperança, a alma ultrapassa a realidade.
Hanna Arendt
Sabe o anzol? O peixe vai direto e
abocanha-o; essa é a sua má sorte!
Assim, podemos pensar em palavras
como anzol, que nos fisga, às vezes, negativa e, às vezes, positivamente.
Entretanto, vou falar de palavras que
“fisgam” nossas vísceras que de tão profundas e deliciosas, se tornam alimentos
para os nossos pensamentos.
Frequentemente, fico cativa de
frases, expressões ou palavras que considero belíssimas, como, por exemplo:
açucena, jasmim, fascinação, azul...
Ou como agora! Acabo de ser fisgada
por uma expressão de Hanna Arendt, filósofa alemã.
“Quando a esperança era verde”!
A esperança é aquele guindaste de
metal que nos puxa para cima e nos joga para um futuro auspicioso. Quando a
perdemos, a vida torna-se uma agonia-sentimento terrível que tem origem na
consciência da não temporalidade, ou melhor, a pessoa é atravessada por um
sofrimento tão grande que parece não ter fim. È a captura da pessoa pelo
desespero.
A esperança é a luz no fim do túnel;
é a certeza de que uma situação desfavorável acabará e que tudo dará certo: é a
crença num futuro diferente.
Como o arco-íris a esperança pode
apresentar-se com várias nuances e cores: mais forte, não tão forte, bem
fraquinha...
Mas, a esperança verde... refere-se àquela
certeza de que o mal findará, de que a tempestade está diminuindo e que o sol
com seus raios de luz trará um novo
amanhecer.
Essa convicção nos dará força, foco e
energia para ir em frente e, os arredores adquirem uma tessitura diferente-
ficam mais viçosos.
Em assim sendo, por que não desejar,
ardentemente, um amor vermelho na soleira de nossas portas, um azul anil
entrando pelas janelas anunciando dias melhores e brotos e mais brotos de
esperanças verdes sendo plantadas por braços humanos?
Neste fim de ano , que venham cestas
de esperanças verdes adubando nossos corações e que, desse terreno fértil, a
fé, que anda tão fraquinha no mundo, possa florescer em abundância.
Artigo publicado no jornal O COMBATE em dezembro de 2015
autoria: Eliete T. Cascaldi Sobreiro
imagem : da internet
Que bela comparação essa! Reflexão linda e verdadeira!Adorei! bjs, chica
ResponderExcluirObrigada, Chica.bj
ResponderExcluirGostei muito!Frases e palavras quase sempre nos fisgam feito um anzol.
ResponderExcluirUm abraço,
Élys.