No tempo que passei pegando caronas nos EUA, aprendi que a segurança só vem se abrimos mão dela .
Alguns consideram minha mudança para cá, uma viagem sem volta para um país que nunca havia visitado, um ato de coragem, um pulo gigante. Não foi. Foi um passo gradativo, uma extensão de uma década errante.Entre meus 20 e 30 anos, passei muito tempo pegando caronas pelos EUA com a placa: "Qualquer lugar menos este". Vir para cá foi uma separação de um lugar onde nunca me senti em casa.Meus dias na estrada me fizeram sentir seguro sobre como viver no presente. Ao me colocar em uma situação aparentemente insegura por um tempo indefinido e aceitando suas consequências, aprendi a desenvolver uma segurança interior.
Alguns consideram minha mudança para cá, uma viagem sem volta para um país que nunca havia visitado, um ato de coragem, um pulo gigante. Não foi. Foi um passo gradativo, uma extensão de uma década errante.Entre meus 20 e 30 anos, passei muito tempo pegando caronas pelos EUA com a placa: "Qualquer lugar menos este". Vir para cá foi uma separação de um lugar onde nunca me senti em casa.Meus dias na estrada me fizeram sentir seguro sobre como viver no presente. Ao me colocar em uma situação aparentemente insegura por um tempo indefinido e aceitando suas consequências, aprendi a desenvolver uma segurança interior.
O filosofo inglês Allan Watts disse: "O desejo de segurança é uma dor e uma contradição e, quanto mais nós o perseguimos, mais doloroso fica".
Quer dizer, renunciar à compulsão por se sentir seguro torna você mais seguro.Na época das caronas, eu vivia de bicos construindo casas, colhendo maçãs, trabalhando como barman e garçom e lia Watts. Essa jornada incluiu pausas maiores em cinco cidades americanas e europeias antes de chegar ao Rio, o refúgio ideal.O jeito descontraído dos cariocas ajudou a me recuperar de uma cultura mais estressante e competitiva. E, quando vi que podia sobreviver como jornalista freelancer, a pausa virou permanência. Eu tinha 33 anos. Agora, 28 anos depois, ainda sou freelancer.
E viver à margem de uma profissão, como viajar à beira de uma estrada, ensina que a segurança vem de ter fé em si mesmo.
Os jovens de hoje não são aventureiros como no início dos anos 70.Era uma época em que os jovens faziam viagens sem destino, fossem psicodélicas ou quilométricas, para abrir as portas da percepção e da autodescoberta.Hoje, poucos jovens fazem essas odisseias. Uma economia global instável e mais competitiva acelerou as tentativas de entrar no mercado de trabalho.
Muitos conhecem o terno e a gravata antes de conhecerem a si mesmos.
Para alguns, esse processo é um constante e imprevisível ato de autorreinvenção. Eu estudei zoologia e cinema, virei jornalista e depois cronista.
E descobri que você encontra segurança não quando a procura, mas quando aceita os mistérios e as incertezas da vida. Não é uma busca externa, mas uma entrega interna. É a diferença entre passar pela vida e deixar a vida passar por você.
MICHAEL KEPP, jornalista norte-americano radicado há 28 anos no Brasil, é autor do livro de crônicas "Sonhando com Sotaque - Confissões e Desabafos de um Gringo Brasileiro" (ed. Record)
Folha equilíbrio/Folha de São Paulo/03/05/2011
Lindo isso,Eliete...Um belo e rfelxivo texto! beijos e estavas sumidinha ou eu que não te i?rsrs beijos,chica
ResponderExcluirQualquer coisa que se fixe demais nela, qualquer bitolação, já é insegurança. O próprio homem tiro usua liberdade de ser, de ir e vir, de ser desprendido das coisas. Parabéns. Beijos
ResponderExcluirEliete um texto de arrepiar.... lindoooooooooooooo.... o que dizer? além de perfeito e maravilhoso. Sou dos anos 70 com certeza..... e os caminhos eram esses....e filosofia era um prato que jamais poderia faltar na mesa.
ResponderExcluirEliete,
ResponderExcluirComo sempre suas postagens são belas , verdadeiras e merecedoras de reflexão ...
:)
Saudades e desculpe a ausência.
Bjo e uma Noite de Paz.
Sabe que eu nunca tinha pensando por esse lado. Bem verdade o texto, quanto se busca algo de forma obstinada demais, sem respeitar certos limites próprios da situação, ocorre essa grande dificuldade de concretizar o que almeja. Parabéns pelo texto. Beijinhos.
ResponderExcluirQuerida Eliete! que texto sábio minha querida...com certeza valeu minha passagem por aqui! bjs e até mais claudia
ResponderExcluirSuas postagens são sempre muito interessantes. Adorei a da águia também.
ResponderExcluirComo estão os preparativos?... estou torcendo para que seja um momento cheinho de felicidades.
Beijo grande,
Be
Queridos amigos , obrigada pelas considerações e pelo carinho. Meu computador anda muito lento e travando quandovou acessar os blogs e não estou conseguindo alguem para dar uma olhada e por isso tenho deixado poucos comentários,mas entro todos os dias nestes espaços tão queridos .
ResponderExcluirLu, está tudo sob controle em relação ao casamento da minha filha, menos o meu coração que resolveu bater descompassadamente.Está parecendo uma escola de samba, só que sem rítmo.bjs
Oi Eliete querida,vim deixar um carinho,com o desejo de que tenhas uma linda noite junto aos teus!Achei demais esse texto,faz a gente refletir " segurança vem de ter fé em si mesmo." grande verdade!!! Bjssss
ResponderExcluir"E descobri que você encontra segurança não quando a procura, mas quando aceita os mistérios e as incertezas da vida." Grande verdade! é tudo uma questão de aceitação. Quando se aceita o problema, a dificuldade, e se luta pra tentar resolver,tudo fica muito mais fácil, e o caminho da solução, se abre a nossa frente.
ResponderExcluirBeijo Amiga querida!
Lindo fim de semana pra ti.