quarta-feira, 13 de abril de 2011

foto: Eliete Cascaldi


QUANDO CHORAR


"Há um tipo de choro bom e há outro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como o de uma criança com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer. Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda. Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito o homem que chora. Eu já vi homem chorar".



A Descoberta do Mundo/Clarice Lispector

5 comentários:

  1. Parece que hoje vc escreveu pra mim!

    PS: Que foto mais fofa!

    Bjos

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  2. Que lindo isso!!! que teu dia seja lindo.... beijos, chica

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  3. Eu choro sempre.. sou uma torneira aberta.De qualquer forma, nem mesmo os mais “machos” dos homens estão livres das lágrimas.
    Que bom.
    bjs

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  4. OI ELIETE. VAMOS ABRIR UM FORUM DE DISCUSSÃO SOBRE BULLING? É BOM COMPREENDERMOS TUDO ISSO, O QUE SE PASSA DE VERDADE NA MENTE E NO CORAÇÃO DAS PESSOAS QUE SOFREM O BULLING.. AS VEZES ESTAMOS FAZENDO SEM PERCEBER.. QUE TAL?

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  5. PAULINHO (BEBEDOURO)quarta-feira, 13 abril, 2011

    OI ELIETE. SOU FA DO SEU BLOG. VC SABE. TIVE UMA IDEIA DE FAZERMOS UM FORUM DE DISCUSSÃO SOBRE BULLING, UM ASSUNTO TAO ATUAL E TÃO MAL REFLETIDO ENTRE NOS. QUE TAL?

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Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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