domingo, 19 de abril de 2015




Estou com saudades de Deus,

uma saudade tão funda que me seca.

Estou como palha e nada me conforta.

O amor hoje está tão pobre, tem gripe

meu hálito não está para salões.

Fico em casa esperando Deus,

cavacando a unha, fungando meu nariz choroso,

querendo um pôster dele, no meu quarto,

gostando igual antigamente

da palavra crepúsculo.

Que o mundo é desterro eu toda vida soube.

Quando o sol vai-se embora é pra casa de Deus que vai

pra casa onde está meu pai.

Adélia Prado em O coração disparado, ed. Record.


7 comentários:

  1. Grande escritora a Adélia Prado. Muito lindo isso!

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  2. Olá, Eliete.
    "Que o mundo é desterro eu toda vida soube" - sabia Adélia Prado e nós também, para nossa dor. Que mais dizer? Bela escolha ;)
    bjo amg

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  3. Oi, Eliete....que boa lembrança....Adélia Prado com o sentimento contundente da saudade de Deus...esta sede de amor que nunca cessa. Lindo poema e expressiva imagem!
    um abraço

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  4. Saudades de Deus é sentir o coração. saudoso de amor.
    Uma bonita poesia.
    Um abraço, Élys.

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  5. Excelente escolha, lindo poema.
    Beijinhos
    Maria

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  6. É sempre um prazer ler Adélia Prado, lindo.
    Abraços

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  7. Adorei ler o poema de Adélia Prado! Excelente postagem!
    Bom final de semana, Eliete.
    Beijos

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Apontadora de Idéias

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"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma." (Lewis Carroll)

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